A defesa da recepcionista Raqueline Leme Machado, que completou 36 anos na última sexta-feira, 27, e está presa da Colônia Feminina de Vilhena, impetrou habeas corpus em favor dela junto ao Tribunal de Justiça de Rondônia, que deve julgar o recurso nos próximos dias.
Presa em Colorado do Oeste junto com o namorado, Maikon Sega, 31, acusada de participação na morte do dentista Clei Bagattini, crime que aconteceu no dia 12 de julho e repercutiu em todo o país, Raqueline ainda não prestou depoimento formalmente na polícia.
Ela nega saber como foi feita a contratação do matador, Maico da Silva Raimundo, que matou o dentista, trocou tiros com a polícia, continua foragido e sendo caçado em uma região de mata nas proximidades de Jaru, cidade da área central de Rondônia.
Ao pedir a soltura de Raqueline, seus advogados denunciam que ela está sofrendo “constrangimento ilegal” e sendo mantida na cadeia numa tentativa da polícia de fazê-la falar sobre o crime, no qual não teria qualquer participação, segundo a defesa.
Os profissionais do Direito que tentam libertar a acusada apontam supostos erros no inquérito policial, e citam um trecho no qual está escrita a informação de que Raqueline seria namorada do pistoleiro, quando na verdade ela mantém relacionamento é com outro preso acusado de intermediar a contratação do matador.
Os advogados também alegam que a arma que estaria em da cliente nome sequer foi encontrada, assim como a pistola usada por Mico Raimundo, que também não foi localizada até agora. Para a defesa, a polícia converteu a prisão temporária da investigada em preventiva para ganhar tempo enquanto tenta concluir o inquérito.
Sobre a acusação de que Raqueline chegou a participar de um churrasco no qual a morte de Bagattini teria sido planejada durante um churrasco na noite anterior ao assassinato, os advogados explicam: ela é amiga dos donos da chácara onde estava acontecendo um aniversário.
Na ação em que os defensores pedem a libertação da acusada, são apontados os critérios que, em tese, permitiriam que ela cumprisse prisão domiciliar enquanto é investigada: ré primária, emprego fixo e filha de 10 anos, que exige os cuidados maternos.
O caso segue sendo investigado, inclusive com a análise do material recolhido na casa de um empresário que seria suspeito de ser o mandante do crime, e que não é mais visto em Vilhena desde que foi alvo do mandado de busca cumprido em sua residência. Ele não foi preso, mas deverá ser ouvido na segunda fase das investigações.