Em visita à redação, na manhã de ontem, sexta-feira, 26, o advogado Bruno Mendes Santos apresentou a versão dos policiais envolvidos numa ocorrência cujo desfecho aconteceu esta semana, com a conclusão do inquérito sobre o caso.
Em entrevista coletiva no início da semana, o titular da Delegacia de Homicídios de Vilhena, Núbio Lopes de Oliveira deu detalhes da declaração de um motorista de ônibus que mentiu para a Polícia Militar, o que levou à morte do trabalhador rural Domingos de Souza Francisco, que tinha 38 anos na época (LEMBRE AQUI).
Representando a Associação dos Praças da Polícia Militar de Rondônia (Aspra), o advogado explicou que os dois militares envolvidos na ocorrência agiram em legítima defesa, quando Domingos apontou uma arma de fogo em direção a um deles.
O profissional do Direito também contestou a quantidade de disparos, explicando que as mesmas balas que atingiram o chão podem ter acertado o corpo da vítima. “Somar as perfurações na vítima com as do solo torna-se um equívoco, pois a chance de ter acontecido o chamado ‘ricochete’ é grande, principalmente tratando-se de um solo tão rígido e um muro de concreto. Considerando-se a própria análise do perito no caso, o trajeto das balas foi discretamente ascendente, isto é, de baixo para cima, levando a crer que poderiam ter sido fruto de projetis ricocheteados, depois de tocarem no solo”.
Em defesa dos dois policiais, Bruno lembra que ambos são experientes, estando um com 15 anos e outro com 19 na Polícia Militar. “A intenção deles nunca foi matar. Os disparos foram feitos apenas para conter Domingos, tanto que nenhum dos disparos foi em região torácica, abdominal ou na cabeça, como habitualmente ocorre em crimes dolosos contra a vida”, alegou o defensor.
Segundo o advogado, os policiais demonstraram solidariedade à família da vítima e reafirmaram que jamais sairiam do quartel para tirar a vida de alguém. Um dos PMs, inclusive, jamais se envolveu em troca de tiros anteriormente. “Tanto quanto o colega que o acompanhava, é um policial equilibrado e pacífico”.
Bruno finalizou a entrevista alegando que, no caso que resultou na morte de Domingos, não houve dolo (intenção) ou despreparo por parte dos militares. “Eles cumpriram todos os protocolos de instrução militar para abordagem como aquela”.
Fonte: Folha do Sul