O corpo da estudante de medicina Mariana Sousa Bustamante, de 21 anos, foi sepultado no cemitério Parque Hortolândia, em Hortolândia, na tarde de sexta-feira (11), sob forte comoção. A morte dela ocorreu na segunda-feira (7), em Cochabamba, na Bolívia, onde estudava.
Mariana morava com dois brasileiros que cursavam a mesma faculdade. Na noite do crime, eles teriam alegado aos familiares que a jovem teria caído do sexto andar do prédio ou tentado se matar. Assim que ambos a encontraram caída, telefonaram para os parentes da estudante no Brasil.
A mãe e o padrasto da estudante estiveram na Bolívia para saber do ocorrido e providenciar o transporte do corpo da jovem.
Para a tia materna de Mariana, Ana Francisca de Souza Silva, essa versão do crime não convenceu, pois vizinhos teriam ouvido uma discussão, com barulhos de algo quebrando.
“As pessoas que moravam com ela queriam que minha sobrinha saísse, mas ela não queria, pois tinha compromissos no dia seguinte. Então, eles, que estavam embriagados, forçaram a barra. Os dois afirmaram que saíram, voltaram pouco tempo depois e a encontraram caída. Essa versão não nos convence, pois ambos tinham hematomas no corpo”, desabafou a tia, que acredita que Mariana foi assassinada.
A família chegou a contratar um advogado criminalista boliviano, mas não conseguiu nem ter acesso à apuração da polícia. A mãe e o padrasto da estudante também não tiveram autorização para entrar no apartamento onde ela vivia.
“A gente espera que essa ação seja para manter as provas e não para nos privar das provas, né? Então espero que a polícia boliviana olhe para esse caso com critério. Precisam ajudar os brasileiros e estrangeiros que acabam saindo dos seus países e morrem dessa forma”, completou.
Os dois estudantes chegaram a ser conduzidos à delegacia, mas foram liberados após prestarem depoimento.
MOTIVAÇÃO
Ana afirma que Mariana morava com uma namorada, mas devido às dificuldades financeiras, elas decidiram permitir que outro estudante morasse com elas. “Depois da vinda desse rapaz, a convivência entre elas passou a ficar muito difícil. Há um mês, deixaram de se relacionar”, explicou.
Um dia antes da morte, Mariana fez uma vídeochamada para os familiares, para contar que havia se inscrito na Cruz Vermelha boliviana, que era seu grande sonho. Atualmente, ela estava no sexto período do curso.
O Ministério das Relações Exteriores informa que está em contato com familiares da falecida e instruiu o Consulado-Geral do Brasil em Cochabamba a prestar a assistência cabível à família, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local.