Vermelhidão, inchaço, secreção e coceira nos olhos podem indicar a presença de uma infecção ocular, que pode ser provocada por bactérias, vírus ou fungos.
Uma das doenças provocadas por bactérias — e vírus — é a conjuntivite e, embora seja incomum, ela ganhou destaque nos últimos meses por ser um dos possíveis sintomas da Covid-19.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 56.000 casos de Covid-19 na China, 0,8% reportam a conjuntivite como um sintoma nos pacientes. Outras pesquisas realizadas na China e na Itália também mostram que a infecção pode ser um sintoma nos casos graves de Covid-19. A porcentagem de casos varia de 1% a 3%.
Fora do contexto da pandemia de coronavírus, a conjuntivite também pode acontecer devido a outras condições mais comuns, como gripe, por exemplo. Além disso, essa é apenas uma das doenças que existem devido à infecção bacteriana ocular.
Por mais que gerem sintomas muito desconfortáveis, essas infecções são fáceis de serem detectadas, portanto, é possível receber de forma rápida um tratamento adequado.
Outro ponto importante é a prevenção das infecções nos olhos. Muitas pessoas não sabem que apenas algumas mudanças de hábitos podem ajudar a prevenir esses problemas.
Tipos de infecções oculares
A conjuntivite é a infecção ocular mais conhecida, mas existem diversas outras que atingem diversas pessoas e que podem ser evitadas.
Conjuntivite
Já citamos essa infecção, mas ela merece um tópico à parte. A conjuntivite ocorre quando os vasos sanguíneos da membrana externa que envolvem o globo ocular são infectados por bactérias ou vírus.
O paciente diagnosticado com a doença pode transmiti-la até duas semanas após ser infectado. Portanto, no caso da presença dos sintomas abaixo, é necessário procurar por um médico o mais rápido possível:
- Olhos vermelhos ou rosados;
- Secreção aquosa nos olhos, com consistência mais espessa ao acordar;
- Coceira ou sensação de que tem algo nos olhos, como grãos de areia;
- Produção de lágrimas mais do que o normal.
Ceratite
Menos conhecida do que a conjuntivite, mas também muito comum, a ceratite ocorre quando a córnea — camada que cobre a pupila e a íris — está infeccionada.
A ceratite ocorre devido por meio de bactéria, vírus, fungo ou parasita, ou até mesmo caso tenha acontecido alguma lesão ocular.
Essa infecção nem sempre é infecciosa e os sintomas incluem:
- Olhos vermelhos e inchados;
- Dor ou desconforto nos olhos, principalmente ao abrir e fechar as pálpebras;
- Produção de lágrimas mais do que o normal;
- Visão embaçada;
- Sensibilidade à luz.
As chances de desenvolver ceratite são maiores para pessoas que:
- Utilizam lentes de contato;
- Possuem sistema imunológico fraco devido a outra doença;
- Moram em lugares úmidos e quentes;
- Estão com o olho ferido, principalmente por plantas com produtos químicos.
Endoftalmite
A endoftalmite já é uma infecção mais grave, que ocorre no interior do olho e também pode ser provocada por bactéria ou fungo.
Por mais que seja raro de acontecer, essa infecção pode acontecer depois de determinadas cirurgias oculares, como a de catarata. Também pode ocorrer depois que o olho foi machucado por algum objeto.
Os sintomas mais comuns para essa infecção ocular são:
- Dor nos olhos — que pode ser leve ou intensa;
- Perda parcial ou total da visão;
- Inchaço e vermelhidão ao redor dos olhos e pálpebras;
- Secreção ou pus ocular;
- Sensibilidade à luz brilhante.
Blefarite
A blefarite nada mais é do que a inflamação das pálpebras. As causas para que ela aconteça incluem infecção por bactéria, alergias, problemas de pele e glândulas sebáceas obstruídas nas pálpebras.
Esta infecção ocular possui dois principais tipos:
- Blefarite anterior: que atinge a área dos cílios;
- Blefarite posterior: que atinge a pálpebra interna.
Os principais sintomas da blefarite são:
- Olhos vermelhos e inchados;
- Olhos marejados;
- Coceira na pálpebra;
- Ardor nos olhos;
- Sensação de ter “grão no olho”;
- Pele escamosa ao redor dos olhos;
- Sensibilidade à luz;
- Crosta nos cílios ou cílios grudados.
Como evitar as infecções
As infecções oculares podem ir de casos leves até mais graves, mas podem ser evitadas se alguns cuidados básicos forem tomados.
Para minimizar os riscos de contraí-las, é indicado utilizar produtos anti-infecciosos em locais públicos, inclusive em salas de aula, quando se trata de proteger as crianças.
No geral, é importante ensiná-las a evitar tocar nos olhos sem antes lavar as mãos.
Para quem utiliza lentes de contato, é importante seguir as orientações de segurança para manter uma boa higiene, o que inclui lavar as mãos antes de tocar nos itens.
Esteja ciente que dormir com lentes de contato, por mais que elas sejam de silicone hidrogel — geralmente utilizadas para dormir —, pode aumentar o risco de infecções nos olhos.
Em casa, se alguém estiver com infecção ocular confirmada, é importante seguir as orientação abaixo:
- Certifique-se de manter roupas de cama e toalhas limpas;
- Não deixe que as pessoas com a infecção compartilhe itens com mais ninguém;
- Peça para que todos lavem as mãos frequentemente.
Outras dicas importantes para prevenir infecções oculares são:
- Não tocar os olhos antes de lavar as mãos;
- Tomar cuidado ao usar cílios postiços e sempre optar por materiais de qualidade;
- Lavar as mãos frequentemente;
- Seguir dieta balanceada e anti inflamatória;
- Utilizar toalhas limpas;
- Não compartilhar itens de maquiagem, principalmente os que são para a área dos olhos;
- Lavar os lençóis e fronhas pelo menos uma vez por semana;
- Usar soluções para limpar as lentes de contato todos os dias, de acordo com as recomendações do oftalmologista;
- Realizar check ups periodicamente.
Riscos de infecções no verão
Os cuidados para evitar as infecções oculares devem se manter durante todo o ano. No entanto, durante o verão é necessário ter alguns cuidados a mais para manter a saúde dos olhos.
A exposição à água contaminada do mar ou da piscina, principalmente para quem utiliza lentes de contato, faz com que os olhos fiquem vulneráveis a determinadas contaminações por bactérias, vírus ou fungos.
Portanto, antes de mergulhar, é importante retirar, fazer a higienização e guardar corretamente as lentes de contato.
As altas temperaturas também podem provocar problemas oculares, já que o calor pode aumentar a produção de glândulas sebáceas, o que, consequentemente, pode promover a blefarite ou terçol.
Quem possui a pele do rosto mais oleosa, deve fazer a higienização das pálpebras com produtos específicos e com maior frequência durante o verão.
É importante dizer que, geralmente, os sintomas de infecções oculares desaparecem em poucos dias. Mas, em casos de sintomas graves e persistentes, é extremamente importante procurar por um médico.
Quanto antes uma infecção ocular for identificada e tratada, menor serão as chances dela ter complicações.
Via assessoria