Favorecimento à pacientes do CER: MP pede à câmara de vereadores que investigue o Prefeito Aldo Julio por suposto “Crime de Responsabilidade”, em Rolim de Moura

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Aldo Julio, prefeito de Rolim de Moura, RO - Imagem: Assessoria de imprensa

O Ministério Publico notificou a câmara municipal de vereadores de Rolim de Moura, RO, para que investigue o prefeito Aldo Julio pelo suposto “crime de responsabilidade” e “Infração Político-Administrativa”, o que pode culminar na abertura de uma CPI na câmara, resultando em até o afastamento do cargo de prefeito e ou cassação de mandato, sendo o último, em último caso.

A notificação refere-se ao Procedimento Extrajudicial de Nº 19.25.110001235.0000009/2023-48 do Ministério Público do estado de Rondônia.

Segundo consta, a servidora do CER, Lohana Maiume, registrou no dia 29 de julho de 2022 na Delegacia Virtual uma ocorrência policial sob o Nº 129664/2022, que no dia 28, um dia antes do registro, que a então diretora do CER, Geane Preato, teria utilizado de sua autoridade para lhe ameaçar, assediar e coagi-la em seu local de trabalho, aduzindo que o Prefeito supostamente teria usado de sua autoridade para realizar o agendamento imediato de um paciente (furo de fila), sem observância de espera de agendamentos.

Consta ainda nos autos que havia na referida data uma lista de espera de pacientes com o total de 226, que o agendamento mais antigo era datado do mês de setembro de 2021, quase um ano antes aos fatos. Fato comprovado pelo oficial do MP.

Aldo Julio, prefeito de Rolim de Moura, RO – Imagem: Assessoria de imprensa

A denúncia cita ainda o envolvimento de uma vereadora do município, sem citar provas, devido o pedido ter sido realizado de forma verbal, a servidora apenas o cargo da mesma, mas sem citar nome, porém como o município possuí apenas uma vereadora, Juliana Antunes, a reportagem procurou a mesma, que respondeu: “Jamais cometi estes atos citados na denúncia, e tão pouco tenho envolvimento com os citados nos autos, e não conheço a suposta vítima”.

A servidora, vítima das supostas acusações, narra na ocorrência policial, que a diretora do CER, no momento que a mesma citou que não iria “furar a fila” para colocar um outro paciente na frente dos demais, pediu que a Iohana fizesse um documento explicando o por que da recusa do atendimento, porém, Iohana, em conversas anexadas via WhatsApp disse que ela não estava de recusando a atender, e apenas recusando cometer um crime e que não colocaria seu registro legal em jogo, podendo, caso avesse denuncia do fato levar Iohana a perda de registro para exercício do cargo. Iohana disse ainda que caso, a diretora fizesse um documento explicando os motivos e se responsabilizando por tal crime, ela colocaria o paciente na frente dos outros, sendo recusado pela diretora.

Uma reunião realizada pela diretora e a servidora foi gravada pelo tempo de 21 minutos e também está anexada aos autos.

Iohana cita ainda que no ato dos fatos citados, ela estava grávida, com quadro de pré-eclâmpsia, e que acabou tendo prejuízos na sua saúde, bem como a do bebê, vistos que a pressão da mesma chegou a subir para 14×8, sendo necessário ser medicada com Metildopa para normalização da mesma.

Narra também, que os boatos, a época é que a mesma seria colocada a disposição da secretaria de saúde, para ser transferida a outro setor, devido as negativas em atender os pedidos ilegais do prefeito, vereadora e diretora do CER.

A reportagem procurou o presidente da Câmara de Vereadores, Cidinei da 200, para saber quais procedimentos o mesmo está adotando quanto a denúncia da servidora e o encaminhamento do MP a câmara.

“Já realizei uma reunião com os demais vereadores e apresentei a denúncia a eles, e estou aguardando para realizar uma próxima reunião para sabermos qual rumo tomar, mas garanto que de minha parte estarei a disposição para dar sequencia nas investigações”, disse Cidinei da 200.

Em contato com alguns outros vereadores, os mesmos disseram que não querem nova reunião, e sim que o presidente leia a denúncia no plenário, e coloque em votação ao vivo para saber se dão ou não sequência na votação, ficando assim transparente a população.

Veja os prints anexado aos autos:

Veja o despacho do MP:

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