A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira, 15, a Operação Fundo fake, com o objetivo de combater esquemas criminosos de gestão fraudulenta em institutos de previdência municiais, que atuam em diversos estados do Brasil.
No total, 200 policiais federais participam da ação ostensiva de hoje, 71 mandados de busca e apreensão, todos expedido pela 3ª Vara da Justiça Federal em Porto Velho em 05 estados, sendo eles Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Minas Gerais.
A investigação foi desenvolvida pela Polícia Federal em Vilhena onde materializou indícios de uma organização criminosa que atuava com o intuito de lesar os cofres dos Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS, municipais.
Segundo a Polícia Federal, o instituto de previdência de Rolim de Moura, Rolim Previ, contratou por vários anos uma empresa de consultoria financeira para que a mesma indicasse quais as melhores aplicações financeiras para o Fundo.
Durante as investigações, a Polícia Federal verificou que logo após os investimentos do Rolim Previ nos fundos, boa parte do valor era repassado rapidamente para a consultoria e seus sócios. Tal prática é conhecida no mercado como “rebate”. Os rebates identificados perfaziam percentuais de mais de 20% do valor investido em alguns casos e a consultoria então providenciava que parte dos valores chegassem a gestores do Rolim Previ.
Um outro ponto que a assessoria da Polícia Federal fez questão de frisar, foi um outro método, chamado de modus operandi dessas instituições financeiras foi criar diversos fundos de investimentos que aportavam valores entre si, como um efeito cascata. Dessa forma, as administradoras e gestoras desses fundos conseguiam multiplicar seus ganhos com taxas de administração, gestão e performance (essa quase sempre fraudada), criando uma espécie de dinheiro virtual e aumentando muito o risco dos investimentos, todos atrelados.
O prejuízo apurado em laudos periciais da Polícia Federal foi da ordem de R$ 17,4 milhões de reais apenas para os cofres do Rolim Previ. Além disso, foi observado que outros 65 institutos de previdência de todo o Brasil investiu em fundos administrados por uma das instituições investigadas nesta operação.
Segundo a Polícia Federal houve o bloqueio por parte da Justiça Federal de cerca de R$500 milhões de reais de RPPSs que teriam sido aportados nestes fundos fraudulentos (“fundos fake”).
Sem identificar a pessoa, a Polícia Federal conseguiu o afastamento de um dos gestores do Rolim Previ, pessoa já investigada anteriormente pela PF e indiciada pela mesma conduta criminosa (gestão fraudulenta).
A Polícia Federal informou que presume-se que o esquema teve inicio no ano de 2015 tendo continuidade até os dias atuais.
A assessoria da Polícia Federal informou como era funcionava o esquema:
- Servidores públicos aderem ao programa aposentadoria, administrado pelas prefeituras;
- Os administradores desses fundos (nas prefeituras) procuram um intermediador que apresenta opções para investir o dinheiro;
- O intermediador apresenta gestores de fundos independentes, que trabalham com empresas de fachada e então fazem a aplicação do dinheiro;
- O intermediador então recebe comissões dessas empresas fraudulentas;
- Por último, os administradores dos recursos do fundo escondem a real situação do investimento ao servidor público;
Da redação – Planeta Folha
Informações fornecidas pela assessoria da PF