Após mais de um mês da sessão realizada do dia 14 de abril de 2025, a reportagem do site Planeta Folha descobriu, que a Câmara Municipal de Vereadores aprovou um projeto polêmico que criou 11 novos cargos comissionados e autorizou o reajuste salarial de uma portaria existente, e não apenas 10 cargos como noticiado anteriormente. A forma como a proposta foi conduzida chamou atenção e gerou críticas, especialmente pela ausência de clareza e transparência no momento da votação.
O presidente da Casa, no dia da sessão, não explicou seu conteúdo detalhadamente aos demais parlamentares ou à população presente. Limitou-se a dizer apenas que se tratava de “aquele projeto nosso aqui da Casa”, antes de dar início à votação.
Antes da aprovação do projeto principal, uma emenda foi apresentada e aprovada, com voto contrário apenas do vereador Thiago Hulk. A emenda também não foi explicada durante a sessão. Posteriormente, verificou-se que ela previa a criação de um cargo adicional, além do ajuste salarial da portaria de Supervisor de Transportes — que teve seu vencimento elevado de R$ 3.935,98 para R$ 4.420,70. Esse cargo é atualmente ocupado por um servidor comissionado indicado pelo vereador Marcelo Belgamazzi.
De acordo com apuração do site Planeta Folha, inicialmente foi divulgada a criação de 10 cargos, mas a informação correta é que foram criados 11 novos cargos comissionados, sendo:
- 9 cargos destinados aos gabinetes dos vereadores, elevando de dois para três o número de assessores por gabinete;
- 1 cargo para a Procuradoria da Mulher, sob responsabilidade da vereadora Janete Lins;
- 1 cargo de Supervisor do Setor de Audiovisual e Informática, que agora conta com dois supervisores.
Informações de bastidores apontam que o novo cargo no setor de audiovisual será distribuído, ao longo de um ano, entre indicações dos vereadores Cidinei da 200, Investigador Edinho, Marquinhos do Som e a vereadora Cida da Saúde.
Votação e contradições
O projeto principal, após aprovação da emenda, foi rejeitado por três vereadores: Thiago Hulk, Marcelo Belgamazzi e Professor Edilson. No entanto, dois dos três vereadores que votaram contra o projeto — Marcelo Belgamazzi e Thiago Hulk — fizeram a nomeação de assessores aos cargos recém-criados logo após a aprovação.
A exceção foi o vereador Professor Edilson, que afirmou a nossa reportagem que não pretende fazer nenhuma indicação para os cargos. Ainda assim, vale destacar que, atualmente, ele já possui quatro assessores nomeados por sua indicação.
Falta de transparência preocupa
A condução do processo legislativo — especialmente a ausência de leitura e explicação do projeto e de sua emenda — gerou críticas da população e de setores da política local. Especialistas apontam que a falta de clareza em votações que envolvem criação de cargos e aumento de gastos públicos pode comprometer a confiança da população nas instituições.
A Câmara Municipal ainda não se manifestou oficialmente sobre as críticas recebidas, tampouco sobre a justificativa para a condução da sessão nos moldes observados no dia 14.
Quantos cargos cada vereador possui na câmara de Rolim de moura?
Atualmente, o vereador Professor Edilson possui quatro cargos sob sua responsabilidade. O vereador Thiago Hulk também conta com quatro cargos indicados.
A vereadora Janete Lins, além dos três cargos padrões por gabinete, soma um total de cinco indicações, incluindo cargo na Procuradoria da Mulher a Direção de Imprensa. O vereador Marcelo Belgamazzi e o vereador Ivan Vasconcelos também possuem cinco cargos cada um sob sua indicação.
Os demais vereadores — Cidinei da 200, Investigador Edinho, Marquinhos do Som e a vereadora Cida da Saúde — possuem três cargos comissionados cada. Contudo, todos os vereadores terão direito à nomeação de um cargo extra por um período de um ano, referente à nova portaria criada para o setor de audiovisual e informática, que será compartilhada entre os parlamentares ao longo desse prazo.