A reportagem do Planeta Folha teve acesso ao atestado de óbito do pequeno Anthony Gabriel Rodrigues Barbosa Mota, de apenas 4 anos, que faleceu no final da semana passada em Rolim de Moura (RO). Morador do residencial Jardim dos Lagos, no bairro Cidade Alta, o menino foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Luci Emiko Kitamura e, posteriormente, não resistiu, falecendo na sexta-feira (25). A causa da morte foi registrada como “indeterminada” na declaração de óbito, embora haja suspeita de dengue hemorrágica.
Segundo informações, Anthony deu entrada na UPA no dia anterior ao falecimento, apresentando febre alta e dores pelo corpo. Após ser medicado e avaliado pela equipe médica, foi liberado para continuar o tratamento em casa. No entanto, seu quadro clínico piorou nas horas seguintes.
Preocupados, familiares o levaram a um hospital particular, mas, devido à gravidade da situação, Anthony precisou ser transferido novamente para a UPA. Apesar dos esforços da equipe médica, o menino não resistiu.
Geiciane Louback, secretária municipal de Saúde, informou à reportagem que a equipe de plantão no dia do falecimento “fez de tudo, mas de tudo mesmo, para salvar o pequeno Anthony”, ressaltando o empenho dos profissionais.
Ainda assim, devido à gravidade do caso e à repercussão pública, a Secretaria Municipal de Saúde determinou o afastamento preventivo dos dois médicos que realizaram o primeiro atendimento ao menino e a abertura de uma sindicância interna para apurar possíveis falhas nos protocolos de atendimento.
Em nota oficial, a direção da UPA afirmou que Anthony foi acolhido e medicado conforme as diretrizes clínicas e que todos os procedimentos necessários foram realizados, incluindo o pedido de vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pela Central de Regulação de Leitos (CEREL). A UPA também reforçou o compromisso com a transparência, ética e a excelência nos atendimentos.
O caso segue sendo apurado pelas autoridades de saúde. Não há informações se o caso será levado a justiça.
Por que a cauda da morte de Anthony foi dada como “Indeterminada”, entenda os motivos:
A causa da morte é frequentemente registrada como “indeterminada” em casos onde os exames e a avaliação médica não conseguem identificar uma causa clara ou definitiva para o falecimento, mesmo que o paciente tenha apresentado sintomas evidentes, como no caso de Anthony Gabriel. Existem várias razões para isso acontecer:
- Exames Insuficientes ou Inconclusivos: Quando não há exames que possam confirmar uma doença específica, como a dengue hemorrágica ou qualquer outra condição, a causa pode ser registrada como “indeterminada” até que mais testes sejam feitos ou mais informações sejam obtidas.
- Falta de Diagnóstico Clínico Claro: Em alguns casos, o quadro do paciente pode ser muito grave, mas sem um diagnóstico médico definitivo. Pode ser que o médico suspeite de uma doença, como a dengue, mas a falta de exames conclusivos e a evolução rápida da doença pode levar à ausência de uma causa concreta.
- Morte Súbita ou de Causa Complexa: Às vezes, a morte pode ocorrer rapidamente, sem que o médico consiga realizar um diagnóstico completo, especialmente se a condição do paciente piora muito rápido, como pode ter ocorrido com Anthony.
- Fatores Administrativos ou de Procedimento: Em alguns casos, a causa de morte é deixada como indeterminada para permitir mais tempo para investigação, especialmente se a família ou as autoridades locais solicitarem uma análise mais profunda.
Normalmente, a causa de morte “indeterminada” é registrada quando os profissionais médicos não têm evidências suficientes ou claras para afirmar com certeza qual foi a condição que levou ao falecimento, e a investigação pode continuar para esclarecer os fatos.
Leia na íntegra a Nota: Caso Anthony Gabriel – Nota de esclarecimento da direção da UPA
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Luci Emiko Kitamura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vem a público prestar esclarecimentos acerca do atendimento realizado ao paciente Anthony Gabriel Rodrigues Barbosa Mota, de 5 anos de idade, que compareceu a esta unidade nos dias 24 e 25 de abril de 2025.
Cumpre informar que, em todas as ocasiões, o paciente foi prontamente acolhido, avaliado por médicos plantonistas e medicado conforme as melhores práticas e diretrizes clínicas reconhecidas. Os atendimentos seguiram rigorosamente os protocolos assistenciais, priorizando sempre a segurança, a dignidade e o bem-estar do paciente.
No último atendimento, diante da evolução clínica apresentada, a equipe agiu com máxima celeridade, realizando todos os procedimentos necessários e solicitando vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por meio da Central de Regulação de Leitos do Estado de Rondônia (CEREL), conforme os fluxos preconizados.
É importante ressaltar que o caso segue em apuração pelas autoridades competentes, estando todas as providências legais e administrativas sendo devidamente adotadas para o completo esclarecimento dos fatos.
A UPA Luci Emiko Kitamura e a Secretaria Municipal de Saúde reforçam seu compromisso com a transparência, a responsabilidade ética e a excelência na prestação dos serviços de saúde, mantendo sua dedicação integral à população de Rolim de Moura, sempre pautada no respeito às normas legais, incluindo a proteção de dados pessoais, conforme estabelece a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei nº 13.709/2018).
Colocamo-nos à disposição para maiores esclarecimentos, reafirmando nosso empenho contínuo em oferecer atendimento humanizado, qualificado e eficiente a toda a comunidade.
Rolim de Moura – RO, 27 de abril de 2025.
