A Professora Luzenir Mota, do Partido dos Trabalhadores, esclarece alguns pontos sobre a greve que começará na próxima segunda-feira, dia 22 de abril de 2024. A greve foi decidida por todos os municípios do estado, representados oficialmente pelo Sintero e SINPROF, entidades sindicais que representam legalmente os trabalhadores da educação.
Ela destaca que as reivindicações não se limitam a um simples pedido de aumento salarial, como tentam sugerir as pessoas que são contra os trabalhadores e defendem o governo. Assim, é necessário que os motivos sejam esclarecidos à população.
Os problemas começam com a questão administrativa. Nos mais de 5 anos do atual governador no cargo, centenas de professores e técnicos foram aposentados, e a não realização de um concurso público impõe aos trabalhadores assumir uma carga maior de trabalho, pela falta de servidores. As ações do governo em toda a sua atuação são uma verdadeira cruzada contra a educação, buscando atacar a educação e, no plano de fundo, reduzir a capacidade de senso crítico dos estudantes.
Os contratos emergenciais feitos pela SEDUC também não resolvem a situação, porque o número de servidores contratados não corresponde às necessidades e a falta de estabilidade desse tipo de contrato não atrai os candidatos. No aspecto pedagógico, o governo de Rondônia incluiu no currículo escolar diversas disciplinas que, para caber no currículo, diminuiu a carga horária de outras como: Língua Portuguesa, Matemática, Química, Física, Biologia, dentre outras. As pessoas que dizem que a greve pode prejudicar os alunos fingem não perceber os problemas existentes. Basta ir à escola, participar e acompanhar a educação dos filhos, conhecer a grade curricular.
A greve não traz prejuízo nenhum aos alunos, porque os 200 dias letivos serão cumpridos pelos professores, como sempre foram. A questão salarial é apenas mais uma das muitas razões da insatisfação, porque o governo Coronel Marcos Rocha decidiu retirar, desde o ano passado, o auxílio transporte dos profissionais, que era de 240 reais.
Existem professores que precisam se deslocar diversas vezes por dia de um local para outro, visto que dão aulas em escolas diferentes, causando prejuízos aos trabalhadores. O auxílio saúde que o governo Marcos Rocha paga aos técnicos é de 50,00 (cinquenta reais). Quem consegue fazer um exame dos mais simples com esse valor? O auxílio alimentação dos professores e técnicos é de 253 reais, há cerca de 10 anos. Há setores desse mesmo governo, em que o auxílio alimentação é de cerca de 2.000 reais, quase 10 vezes o valor pago aos profissionais da educação.
A gratificação de sala de aula que os professores recebem é de 620 reais, há mais de 10 anos sem qualquer reajuste. Reajuste nos percentuais de especialização, mestrado e doutorado, que nunca foi reajustado.
Agora, ameaçado pela greve, o governo, de forma irônica, oferece como proposta o ajuste anual do Piso Salarial dos professores, que já é um direito garantido em lei, que deveria ter sido feito no mês de janeiro, mas até hoje não foi pago.
Outra proposta feita pelo governo é um aumento na gratificação de sala de aula de 300 reais, sem previsão de data para ser pago. Esse aumento oferecido pelo governo é muito inferior aos direitos que ele já retirou dos trabalhadores.
O Auxílio transporte, o aumento da alíquota previdenciária dentre outros prejuízos que o governo acarretou aos profissionais de educação são bem maiores do que a “oferta”.
Então, essa greve nada tem a ver com o governo federal. Somos servidores do estado de Rondônia, logo nosso patrão é o “Coroné” Marcos Rocha.
Professora Luzenir Mota