O futebol brasileiro está paralisado desde março. Se o calendário previsto para este ano tivesse sido seguido, já teria acontecido as finais dos campeonatos estaduais e o brasileirão estaria em curso. Para os clubes com menor orçamento, essa pausa atrapalhou demais os planos. Os maiores clubes do Brasil ainda não afetou. Isso é só o topo da pirâmide. Comerciantes que usam máquinas de cartão de crédito, como a mega pop credicard, em dias de jogo acabam se prejudicando com a ausência de jogos.
Atualmente, as entidades e dirigentes que defendem a volta do futebol tem dois argumentos: a questão financeira, que está afetando todos os clubes, e o entretenimento, algo que ajudaria as pessoas ficarem dentro de casa e evitar deslocamentos.
A entidade que encabeça esses pensamentos é o Ministério da Saúde. No início do mês de maio, a entidade enviou uma carta a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aprovando o retorno durante este mês. Mas que deixava a decisão para os governos estaduais e municipais.
Essa aprovação encorajou a CBF a planejar um retorno ao futebol o mais breve possível. A entidade autorizou que os clubes retomassem os treinamentos para que todos estejam prontos para quando houver autorização para realização dos jogos. Ainda não foi dada uma data para os jogos acontecerem.
A Federação que segue a mesma linha de pensamento que a CBF é a do Rio de Janeiro. Ela divulgou um nota com a assinatura de diversos clubes do estado, incluindo Flamengo e Vasco, pedindo o retorno das atividades esportivas. Fluminense e Botafogo não fizeram parte deste movimento.
Mesmo com grandes entidades apoiando a volta dos campeonatos, há muitas instituições contrárias à ideia. Com a justificativa que o Brasil está passando pelo pior momento em relação ao combate contra a doença, os governos estaduais e municipais seguem reticentes ao retorno.
Três dos principais estados do país e que reúnem clubes influentes se posicionam de maneira bastante contrária ao Ministério da Saúde: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O governador paulista estendeu a quarentena até o final do mês de maio. Decisão muito parecida também tomou o governo carioca. O prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, foi mais enfático e disse em entrevista que pensar num retorno do futebol é coisa de débil mental.
As secretarias de saúde de todos os estados são bastante reticentes ao retorno do futebol. Nenhuma estipula datas para as partidas de futebol acontecerem. Pelo contrário, o lockdown está sendo implementado em cidades do nordeste brasileiro. Com medidas diferentes em cada capital, se torna ainda mais difícil definir um caminho para os clubes voltarem a competir.
Vale lembrar que o futebol é um esporte de contato. Muitos jogadores temem se contaminar com a doença durante os jogos, treinos e até mesmo o convívio no vestiário. Por sinal, esse também é o principal motivo de clubes italianos retomarem as práticas do cotidiano. Foi alto o número de contaminados entre os jogadores. Apenas na Juventus, principal time italiano na atualidade, foram três jogadores (Dybala, Matuidi e Rugani).
O retorno ao esporte é um assunto complicado e divergente em diversos lugares do mundo. Há muito debate sobre o retorno da NBA, a principal liga de basquete do mundo. As franquias já foram autorizadas a retomar os treinos, mas muitos seguem com um pé atrás. Além disso, se debate uma sede fixa para a realização dos jogos, como Las Vegas e Orlando, cidades que foram menos afetadas pelo vírus.
Enquanto segue o debate sobre o retorno ou não do futebol pelo Brasil, o público segue acompanhando as diversas reprises que os canais esportivos estão disponibilizando. Desse jeito, os fãs do esporte seguem tendo assunto para debater com amigos e familiares.
Via assessoria – por Gabriel Mecca