Conheça algumas previsões sobre o futuro do setor do comércio literário.
A quarentena tem feito com que muitas pessoas busquem novas maneiras de se entreter e aprender. Em busca dos melhores preços, leitores frequentes e ocasionais, que voltaram a descobrir a magia da leitura, têm tomado a internet, os fóruns de discussão e as redes sociais.
Apesar disso, o mercado editorial ainda não está recuperado. De acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, houve diminuição de 4,09% no volume de vendas entre 29 de fevereiro e 24 de março, em comparação com o ano passado. Acredita-se que a queda é reflexo da pandemia, obrigando comércios a fecharem as portas em todo o país.
Curiosamente, o período de distanciamento social teve efeitos mais otimistas no comércio de livros em outros lugares do mundo: no Reino Unido, segundo artigo da BBC, a venda de livros cresceu cerca de 33% em relação a 2019. As vendas on-line, por sua vez, subiram espantosos 400%.
Qual será o futuro do mercado editorial, especialmente, em território brasileiro? Abaixo, listamos 5 tendências que podem vir a fazer parte do escopo de consumo do leitor brasileiro. Confira.
Assinatura de livros
A primeira tendência é o crescimento dos clubes de leitura. Se, em outro momento, eles não recebiam tanta atenção, o quadro mudou de figura no ano passado: o mercado editorial faturou mais de R$ 20 milhões apenas com os serviços de assinatura.
Foi a primeira vez que a categoria esteve presente na pesquisa da Câmara Brasileira do Livro, o que indica que a tendência tem começado a ganhar mais destaque entre os consumidores de literatura.
Os clubes de assinatura, na verdade, estão em alta: é possível encontrar serviços voltados para alimentação, bebedores de cerveja, amantes de vinho e até para pessoas com dieta restrita, como veganos e celíacos.
Crescimento de nichos
A tendência é que os autores e as editoras precisem adequar os seus escritos para públicos bastante específicos: desta forma, haverá mais pessoas, dentro de um perfil determinado, que poderão consumir aquele produto.
Isso tem a ver com a tendência de personalização dos serviços: as pessoas, habituadas ao marketing feito para elas, tendem a ficar cada vez mais imersas em um nicho específico, com possibilidades de consumo de produtos e artigos similares a seus interesses.
Diminuição das livrarias físicas
Isso faz parte de uma tendência maior: como o mundo on-line está invadindo a vida real, a maioria das pessoas preferirá, dentro de algum tempo, fazer todas as compras, inclusive de livros, por meio do celular.
As livrarias mais jovens ou de grande porte já fazem vendas por meio da internet, normalmente, em sites próprios ou de parceiros. As lojas menores, neste ínterim, devem buscar formas de atualizar os seus serviços ou oferecer diferenciais ao consumidor.
Isso pode implicar a extinção ou, pelo menos, diminuição significativa das livrarias que são “apenas” livrarias. Para cativarem a atenção de um público cada vez mais exigente, elas terão que encontrar algo que justifique a presença física dos frequentadores.
Autopublicação
Plataformas de grande porte, como a Amazon, já permitem que os usuários façam o upload de seus livros e os vendam, por preços variáveis, dentro da plataforma que, como sabemos, tende a agradar públicos bastante diferenciados.
Em um mercado editorial que, às vezes, paga quantias enxutas aos novos autores, pode ser que eles prefiram se aventurar no mundo da autopublicação, ainda que tenham que arcar com toda a parte de marketing, divulgação e edição do livro.
Aumento das vendas de e-books
Embora muitos leitores não abram mão dos livros físicos, a tendência dos e-books é real. Não é por acaso, afinal, o Kindle tem a capacidade de armazenar centenas de obras de uma vez, permitindo que o usuário economize espaço nas estantes e carregue menos peso quando estiver em viagem.
O Kindle e outros leitores digitais têm mais uma vantagem: o fato de estarem conectados a grandes lojas, que também vendem exemplares virtuais. Com um clique, os clientes têm acesso a uma infinidade de títulos — alguns, vale dizer, com preços realmente muito competitivos.