Ter carne na mesa se tornou algo complicado para milhões de brasileiros.
Isso é motivado pela alta taxa de desemprego – com mais de 13,7 milhões de pessoas nesta situação, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – e da inflação impiedosa, que encarece serviços e produtos, incluindo alimentos.
Mesmo com a suspensão da importação de carne bovina para a China – principal parceiro comercial do Brasil – desde o começo de setembro devido a descoberta de casos de vaca louca em animais no Mato Grosso e Minas Gerais, o preço nos açougues e supermercados não apresenta queda significativa.
No atacado, foi possível perceber um recuo tímido no preço, mas o mesmo não pode ser dito sobre o varejo, que teve aumento de 0,62% na segunda semana de outubro, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPC) apontou que vários cortes de carnes estão entre os 50 itens que mais encareceram no último ano. Juntos, filé-mignon, músculo, lagarto, acém, patinho, costela, contrafilé e picanha tiveram um aumento médio de 37%.
Outras fontes de proteínas mais baratas também não escaparam das elevações nos preços. O IBGE apontou alterações nos valores dos seguintes itens no período dos últimos 12 meses:
- Frango inteiro: +14%
- Frango em pedaços: +13,5%
- Ovos: +7%
- Carne de porco: +31,2%
- Linguiça: +29%
- Salsicha: +12%
Por conta disso, muitas pessoas deixaram de comer carne ou passaram até mesmo a procurar por ossos para completar as refeições.
As proteínas são essenciais para o corpo, sendo responsáveis pela produção de hormônios, neurotransmissores, anticorpos e contrações musculares.
Todos os alimentos, incluindo vegetais, contém certa taxa de proteínas, mas produtos de origem animal, em especial as carnes, são as principais fontes.
O baixo consumo de carnes pode resultar na insuficiência desse nutriente, o que traz problemas ao organismo e se manifesta na forma de alguns sintomas. Veja alguns casos:
Flacidez muscular
Os músculos são formados, principalmente, à base de colágeno, uma das proteínas mais abundantes no corpo.
A ingestão inapropriada deste nutriente pode fazer com que o organismo retire reservas de colágeno dos músculos para suprir as necessidades dos outros órgãos, resultando em uma espécie de enfraquecimento muscular.
Unhas fracas e queda de cabelo
O consumo abaixo do ideal de uma proteína chamada queratina faz com que as unhas e cabelos fiquem mais debilitados.
A deficiência geral de proteínas também pode fazer com que seus fios caiam e que suas unhas quebrem com mais facilidade, já que o corpo vai direcionar o que encontrar de proteína para os órgãos vitais, deixando as estruturas externas em segundo plano.
Cansaço físico e mental
A hemoglobina é uma proteína responsável por ligar as moléculas de oxigênio e mandá-las para todos os órgãos, proporcionando energia ao corpo.
Com isso abaixo do esperado, essa transição fica abalada e os níveis energéticos ficam menores, causando a sensação de desânimo e fraqueza para fazer algum esforço físico e até mesmo raciocinar.
Cicatrização comprometida
A falta de proteínas como trombina e fibrinogênio, que atuam na coagulação do sangue e na contenção de sangramentos, faz com que a cicatrização fique mais lenta.
Se você tem algum machucado que está demorando demais para sarar, talvez esse seja o motivo.
Pele sem viço
O colágeno aparece novamente, mas desta vez acompanhado da elastina. Essas duas proteínas são essenciais para uma pele bonita e saudável.
Da mesma maneira que acontece com os cabelos e unhas, quando não há proteínas o suficiente, o organismo busca priorizar o envio do que encontra desses nutrientes para as partes vitais do corpo, deixando a pele de fora da lista.
Inchaço
Inchaços são mais difíceis de acontecer porque são sintomas de uma deficiência de proteínas severa que leva à carência de albumina, um nutriente plasmático produzido pelo fígado que estimula os líquidos a ultrapassarem os bloqueios capilares e entrarem no sistema circulatório.
Com isso em escassez, os líquidos ficam retidos nos tecidos, provocando inchaços no corpo inteiro.
Mantendo os níveis de proteína equilibrados
A forma mais fácil de garantir proteínas o suficiente para que as organizações vitais funcionem corretamente é consumindo carnes.
Mas diante dos preços altos de vários tipos de produtos animais, muitas pessoas acabam não conseguindo comprá-las para consumo.
A alternativa para isso é apostar em alguns itens de origem vegetal que também são fontes de proteínas (embora tenham menos do que as carnes), como:
- Soja
- Amendoim
- Ervilha
- Semente de gergelim
- Aveia
- Chia
- Lentilha
- Grão-de-bico
- Feijão
- Quinoa
- Arroz integral
- Brócolis
Esses alimentos estão sempre presentes no cardápio de pessoas que optam por não comer carne, como vegetarianos e veganos, garantindo proteínas sem a necessidade de consumir animais.
Para quem busca emagrecer e quer mudar a alimentação, o mais indicado é que as alterações não sejam feitas de maneira independente, de modo que um médico nutricionista seja consultado.
O profissional passará uma nova dieta, baseada em princípios de reeducação alimentar e não de regimes supostamente milagrosos, com todos os nutrientes necessários para a saúde, como vitaminas, sais minerais e, é claro, as proteínas.
Isso evita diversos tipos de complicação e garante que o corpo tenha o que precisa mesmo com a redução das porções de comida.
Pessoas que desejam perder peso de maneira responsável e duradoura sempre devem procurar acompanhamento médico e seguir as orientações, já que, mais do que diminuir os números da balança, o principal objetivo é ter mais qualidade de vida.
Isso vale independentemente do método, seja com balão gástrico, dietas orientadas por nutricionista ou emagrecimento sem intervenções clínicas.
Se não existir nenhum tipo de restrição ao consumo, o nutricionista manterá as carnes mesmo na nova dieta, já que seus valores nutricionais são reconhecidamente preciosos.
Por Dalton da SEO Marketing