Descubra o que os empreendedores planejam para o feriado mais gostoso do ano e confira os efeitos da pandemia no setor de chocolates
Para os empreendedores focados apenas em chocolate, o mês de abril é galinha dos ovos de ouro: é essa época do ano que traz lucros reinvestir no negócio, para garantir o futuro investindo em garantias como fundos de pensão privados, por exemplo, e a data também tem força para recompensar os meses que não performaram tão bem.
Apesar dos riscos de lockdown nacional, com todas as cidades fechando as portas, uma data comemorativa tão difundida no Brasil como a Páscoa sacode todo o setor alimentício.
Mesmo que a comemoração seja só entre família, o dia da troca de ovos de páscoa exige um grande almoço para reunir todos em volta da mesa e, assim, empreendedores de várias áreas da alimentação saem ganhando.
Apesar do consumo de chocolate ser unanimidade por aqui e chegar a 2 kg/ano para cada brasileiro, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas, os empreendedores que apostam em sobremesas semelhantes como bombons, brownies e cookies também veem seu faturamento disparar nessa época do ano.
A pandemia, porém, mudou o rumo dessa história. Com queda de 33% em 2020 e riscos de lockdown em 2021, ainda assim o setor está confiante e espera por uma alta de 15% em relação ao ano anterior.
No estado do Pará, foi desenvolvido o Programa Fundo Esperança que liberou cerca de 100 milhões de reais a pequenos empreendedores do estado, afim de garantir emprego e renda para a maioria da população. Esse é um exemplo de ação que os Governos estaduais estão desenvolvendo para apaziguar os impactos causados pela pandemia de Covid-19.
Descubra em que os empreendedores irão apostar para cumprir as metas de vendas neste ano.
Os reflexos da pandemia na Páscoa do ano passado
Ninguém esperava pela pandemia, e poucos foram os setores que não sofreram com os efeitos dela.
Embora o consumo de ovos de páscoa tenha se mantido estável entre nos últimos 3 anos antes da pandemia, em 2019 o resultado foi de 102,6 mil toneladas de produtos de chocolate vendidos, segundo a ABICAB.
Mesmo em um cenário estável, sem aumento no consumo, a produção de chocolates é feita em massa e começa no ano anterior para conseguir suprir a necessidade.
A pandemia, porém, não deu chance do setor recalcular a rota.
Da grande indústria aos pequenos empreendedores: todos foram pegos de surpresa e tiveram que interromper sua produção e arcar com o prejuízo do investimento feito.
O resultado em números espanta ainda mais: no ano da pandemia, a queda nas vendas de chocolates foi de 33%.
Quem não inova, não lucra
É claro que foi mais fácil para pequenos empreendedores locais repensarem sua estratégia apesar da triste surpresa de 2020.
Os microempresários fizeram de tudo para diminuir o prejuízo: venderam chocolates a preço de custo, deram descontos em quantidade – mesmo que pequena -, ofereceram frete grátis, desenvolveram produtos pré prontos para serem finalizados em casa…
Não faltou inovação, e isso nos traz o pensamento de que a pirâmide onde as tendências eram ditadas pelas grandes marcas e reproduzidas pelos pequenos empreendedores se inverteu.
Há alguns anos os pequenos produtores de ovos fazem tendência com uma super novidade e, no ano seguinte, as grandes marcas se apropriam da ideia.
Em 2019 virou febre entre as docerias o conhecido ovo com recheio de pudim. No ano seguinte – e agora em 2021 também – marcas como Cacau Show adotaram a ideia para seu cardápio pascoal.
Quem não inova não lucra, ou quem não se copia não lucra?
Entregas em casa e produtos diferenciados: essa é a aposta da Páscoa 2021
Os ovos de páscoa já chegaram às lojas, porém a estratégia esse ano é diferente.
A pandemia mudou as tendências de consumo e também as preferências do consumidor.
Com a possibilidade de um novo lockdown em diversas cidades do país, grandes marcas como a Kopenhagen estão investindo pesado em vendas por ecommerce. No site é possível encontrar frete grátis para ovos a partir de R$99 em compras para incentivar a compra.
Publicidade com influenciadores digitais também tem sido gigante esse ano. E não é para menos, as redes sociais tiveram um crescimento de 40% na pandemia, segundo pesquisa da Kantar.
Falando em marketing, a Cacau Show é conhecida por investir verbas gigantescas em marketing e nesse ano não foi diferente.
Além das propagandas, a marca está investindo em produtos diferenciados e que englobam todos os públicos: ovos de brownie, zero lactose, veganos e até recheios alcoólicos são encontrados no cardápio.
Além disso, empresas de todos os portes estão investindo em opções de presentes de chocolate mais baratos, como bombons, trufas e brownies.
Diminuir o ticket médio das compras não é o objetivo, mas ignorar o reflexo que 2020 teve no orçamento dos brasileiros não é o melhor caminho para lucrar no ano da pandemia.
Vendas multicanal
Os profissionais de marketing das grandes marcas de chocolate trabalharam mais do que nunca esse ano.
Além das compras direto pelo site, há empreendedores que oferecem suporte diretamente por Whatsapp e redes sociais para ajudar o possível comprador na escolha dos ovos.
Atendimento personalizado em tempos de pandemia tem surtido efeito, afinal com o lockdown o consumidor isolado sente conforto ao conversar com alguém real do outro lado da tela.
Se há alguns anos o consumidor com certeza iria comprar um ovo de chocolate e o trabalho das grandes marcas era “simplesmente” desempatar e trazer o comprador pra si, hoje o trabalho é muito mais sobre convencer o consumidor de que ele precisa comprar o chocolate para presentear.
Atendendo a todas as necessidades que a pandemia mundial criou, a expectativa de aumento da venda de ovos de páscoa é de 15% em relação a 2020, segundo a Associação Brasileira de Supermercados.
Os empreendedores que investiram seu tempo mais em planejamento e estudo do que em receitas devem se sair bem.
O que irá desempatar as vendas esse ano não será um ovo de dar água na boa, mas sim saber vender o valor de dar um presente nesse momento.
Não é momento de comemorar a páscoa como se tudo estivesse ocorrendo normalmente no país, mas quem não amaria ganhar um presente para afogar as mágoas em chocolate?