Relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Benefícios, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) afirma que o pedido do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, de não dar continuidade à desoneração das alíquotas sobre os combustíveis “é um erro” e vai impactar a inflação de produtos — além de, claro, o próprio aumento dos combustíveis. “O impacto já está previsto no Orçamento desta ano. O pedido abre espaço para remanejamento desses gastos, o que amplia a preocupação sobre o fiscal”, afirma ele. Forte também foi autor do PL que fixa o teto do ICMS dos combustíveis em 17%.
“A população não merece pagar essa conta, porque vai trazer, inevitavelmente, um movimento inflacionário, que no Brasil impacta o preço de todos os produtos e serviços”, diz. Segundo ele, o pedido atinge, ainda, as relações do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva com o Congresso Nacional. “Lula vai começar um governo com as dificuldades que já temos, e a proposta abre a possibilidade de a gestão perder o controle do processo no Legislativo logo na partida. O governo vai ter ônus no Congresso, que aprovou essa redução de impostos”, afirma. “Vai-se iniciar o governo apagando o fogo da inflação com gasolina”, alfineta.