Pedágios costumam ser bastante incômodos para os motoristas. Não somente por causa do valor – que é destinado para a manutenção das rodovias –, mas também pelo fato de que deve-se parar nas cabines para efetuar o pagamento.
E dependendo de alguns fatores, como feriados prolongados, festas comemorativas ou acidentes pelas redondezas, isso pode criar longas filas de congestionamento. Quem está com o horário apertado, então, tem que se preparar para perder tempo.
No entanto, uma nova lei de cobrança de pedágio prevê a eliminação das praças de pagamento e, de quebra, fazer com que os valores cobrados, em tese, sejam mais justos.
Nova lei de pedágio
Sancionada por Jair Bolsonaro e publicada no Diário Oficial no mês de junho de 2021, a lei nº 886/21 tem a proposta de instalar pedágios eletrônicos nas rodovias, cobrando valores de acordo com a quantidade de quilômetros rodados para cada motorista.
Esse projeto tem o intuito de excluir a necessidade de parar nas cabines de cobrança de pedágio durante a circulação nas rodovias do país. Isso faz com que a passagem para trânsito fique completamente livre.
Obviamente, as pessoas poupariam bastante tempo. Além disso, haveria a redução da emissão de poluentes dos automóveis. Quando carros, caminhões, ônibus e motos rodam sem parar e em velocidade constante, produzem menos substâncias nocivas ao meio ambiente.
A proposta é semelhante a dos serviços privados de cobrança automática que funcionam com chip, mas sem as conhecidas cabines que ficam no meio das rodovias.
Desta maneira, o motorista só paga o valor proporcional ao trecho que realmente vai percorrer dentro da área de pedágio, fazendo com que os gastos sejam mais justos.
Como vai funcionar
O diretor executivo da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), José Carlos Cassaniga, declarou que o novo sistema funcionará com o suporte de pórticos (locais abertos na entrada de lugares específicos) que serão posicionados em lugares estratégicos das rodovias.
Com isso, os aparelhos conseguem monitorar e calcular o percurso percorrido por cada automóvel, cobrando o valor condizente.
Isso é uma grande novidade no Brasil, mas a tecnologia já existe há pelo menos duas décadas em países da Europa e da América do Norte. Lá fora, essa modalidade é conhecida como free flow (fluxo livre, em português), um nome bastante apropriado.
As informações publicadas em Diário Oficial apontam que câmeras e sensores vão identificar os veículos que, por sua vez, deverão contar com tags de tecnologia de reconhecimento para que haja o controle de quilômetros rodados e para a cobrança do pedágio.
Implantação, monitoramento e cobrança
Contudo, a forma como os automóveis vão ser identificados ainda é um ponto em aberto. Até o momento, o que foi divulgado sobre o novo esquema de pedágio é que a tag de sistemas de pagamento eletrônico é o principal recurso para que a novidade funcione para valer.
Outra dúvida que ainda resta é se as novas medidas serão implantadas em rodovias federais, estaduais ou em ambas.
Apesar da promessa de valores mais baixos ou, pelo menos, mais justos, os próprios motoristas terão a responsabilidade de arcar com as despesas de instalação e mensalidades da tag de identificação.
Quem se recusar a isso, perderá os benefícios da nova cobrança de pedágio. O monitoramento também poderá ser realizado pelo reconhecimento automático das placas dos veículos, bem como por radares eletrônicos.
Assim, as contas do pedágio poderão chegar ao endereço dos motoristas pelo correio, do mesmo jeito que as multas de trânsito são enviadas.
Para que a nova lei seja aplicada em todo o território brasileiro, essas especificidades precisam estar nos contratos de concessão das rodovias, como já determinou a ACBR.
Uma outra informação importante é que apenas as novas concessões poderão fazer o uso da tecnologia de pedágio. Para as que já têm contrato, as mudanças estão previstas para acontecerem aos poucos e gradualmente.
Novos valores e expectativa de melhora
O governo espera que tudo isso abra caminho para uma justiça tarifária melhor definida, tendo em vista que existem motoristas que acabam não pagando nada por dirigirem entre uma praça de pedágio e outra – um espaço de 80 a 100 quilômetros.
Esse tipo de usuário entra depois de uma praça e sai antes da próxima. Os pórticos da nova lei serão colocados em vários pontos das rodovias e devem acabar com situações como essa.
Em relação ao valor, é possível que as taxas diminuam, já que a receita tende a crescer com a entrada de novos pagantes.
Porém, essa matemática não é absoluta. Da mesma maneira que alguns usuários começarão a pagar pedágio, outros terão suas tarifas reduzidas por percorrem trechos menores.
Uma resposta concreta só será divulgada pelas administradoras das rodovias no final de 2021 ou começo de 2022, período médio em que a lei está programada para começar a entrar em vigor.
Dicas para economizar
Se você vai ser afetado negativamente pela mudança, isto é, terá uma cobrança de pedágio mais cara, é bom já começar a pensar em maneiras de economizar, ainda mais se você costuma passar por rodovias com frequência.
Manter a manutenção do seu veículo em dia é uma boa, já que isso te previne de dores de cabeça e gastos extras no futuro.
Usar o carro apenas quando realmente é necessário também é uma boa. Além de conservar as peças, isso também poupa combustível – que está com preços altíssimos atualmente.
Utilizar o veículo com menor frequência possível e optar por seguro auto pay per use (pague o quanto usar), é outra forma de economizar para quem terá maiores gastos com a nova cobrança dos pedágios.
Essa é uma ótima opção para quem precisa controlar os gastos, mas que não quer abrir mão de segurança e assistência mecânica 24 horas por dia.
Portanto, ficar atento às novas regras e se programar com os possíveis novos gastos devem ajudar a manter o equilíbrio das finanças com seu veículo.
Via ThinkSeg
Por Gabriel Almeida