Desaceleração econômica está afetando empresas de todos os portes e segmentos. É hora de rever estratégias e aferir a gestão.
A novo coronavírius transformou profundamente o mundo todo em apenas algumas semanas. Em uma conjuntura sem precedentes, vivenciamos o drama humano do COVID-19, a sobrecarga dos sistemas de saúde e paralização da economia no Brasil e no mundo.
Como medida de desaceleração do contágio deste novo vírus, ainda sem vacina ou protocolo de tratamento cientificamente comprovado, cidades, estados e países inteiros decretaram sistemas de quarentena, isolamento social ou mesmo seu fechamento por completo (o lockdown).
Isso teve e ainda terá um forte impacto à economia global. Previsões realizadas ainda no mês do março durante a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, as incertezas trazidas pelo COVID-19 devem levar a um prejuízo estimado de US$ 1 trilhão.
Muitos setores já foram profundamente atingidos pela pandemia, como bares, restaurantes, mercados de estética, eventos e entretenimentos, entre tantos outros que não fazem parte da cadeia de serviços essenciais. Dentro desta dura realidade, um levantamento do Sebrae divulgado pela CNN Brasil revelou que o novo coronavírus já é responsável por 9 milhões de demissões e pelo fechamento de 600 mil microempresas no Brasil.
A pesquisa ainda revelou que 30% dos empresários buscou algum tipo de empréstimo para tentar recuperar seus negócios, mas muitos ainda aguardam respostas das instituições financeiras ou tiveram as linhas de crédito negada. O momento é delicado.
Hora do enfrentamento: o que cortar?
Com uma recessão a caminho e muitas incertezas quanto ao avanço da pandemia, o corte de custos é inevitável. No entanto, essas medidas precisam de um olhar estratégico das equipes de gestão. Veja algumas recomendações:
– Considere a demissão funcionários em último caso. Além dos custos rescisórios, a falta de profissionais experientes e que entendem a rotina e processos do negócio vai afetar a qualidade das entregas aos clientes.
– Reveja as verbas de propaganda e marketing, mas sem deixar de investir na divulgação e presença de sua marca em tempos que a comunicação com o público é extremamente importante.
– Agilize, e se possível, elimine processos que podem estar atravancando o fluxo de trabalho. Não desperdice horas de trabalho e custos com processos que podem ser simplificados sem causar uma perda no controle e na qualidade dos serviços e produtos.
– Se o modelo de negócio permitir, mantenha o home office das equipes e economize com gastos estruturais: energia, água, internet, suprimentos, entre outros.
– Analise sua estrutura física e processos para cortar desperdícios ou eliminar despesas supérfluas. Estude a possibilidade de eliminar embalagens descartáveis através de logística reversa ou estude a rentabilidade dos resíduos produzidos nos processos produtivos. É possível negociar os resíduos industrias junto a tratadores especializados. A startup VG Resíduos desenvolveu uma plataforma que conecta empresas a compradores em um Mercado de Resíduos.
– Avalie quais são os serviços atualmente terceirizados na empresa e veja a possibilidade de absorver essa demanda com colaboradores que podem estar ociosos.
– Caso a rotina permita, mantenha escalas de home office das equipes futuramente e economize com gastos estruturais: energia, água, internet, suprimentos, transportes de funcionários, entre outros.
– Explore todas as plataformas online disponíveis, seja para realizar processos internos remotamente ou mesmo para adotar um modelo de vendas pela internet. Muitas ferramentas podem também ser substituídas por versões online gratuitas, mesmo que mais simplificadas, e enxugar as compras mensais.
– Faça uma nova precificação de seus produtos e serviços. Avalie quais podem ser comercializados com valor reduzidos para estimular volume de vendas, promoções e descontos, mas sem gerar prejuízos.
Enfim, tenha cautela na hora de gastar dinheiro com coisas desnecessárias, pois o momento é de incerteza e precisamos esperar essa crise passar.