Fundo de investimento: o que, exatamente, ele é? Mais do que isso, para que serve e para quais tipos de público ele é a melhor opção?
Vamos por partes. Para começar, os fundos de investimento são interessantes para investidores de perfis diversos – ou seja, tanto os mais conservadores quanto os mais ousados podem optar por eles. Basta apenas escolher o melhor modelo para a meta desejada.
De forma simplificada, podemos dizer que os fundos são um espaço “coletivo” de investidores. Neles, estão contidos os recursos de um grupo de pessoas, os quais podem ser aplicados no mercado financeiro ou de capitais.
Dado o fato que se trata de um patrimônio coletivo, as aplicações são divididas pelos participantes (a proporção, no entanto, varia de acordo com o valor depositado por cada investidor).
As decisões sobre o caminho a ser tomado devem seguir regras pré-estabelecidas pelos participantes do fundo e obedecer metas específicas.
Funcionamento dos fundos: dinâmica
Os fundos de investimento podem investir em ativos diferentes, como moedas, investimentos estrangeiros e ações. As regras para aplicação, no entanto, são um pouco rígidas.
Os fundos podem investir, por exemplo, até 20% do patrimônio em ativos emitidos por uma instituição financeira. Para títulos públicos federais, não há limite.
Caso haja interesse em investir em empresas de capital aberto, até 10% do patrimônio coletivo pode ser destinado a esse fim. Para os demais emissores, até 5%.
O patrimônio dos fundos é dividido em cotas; assim, quando alguém faz um investimento em um fundo, essa pessoa ou empresa está, na verdade, adquirindo cotas. Para que possamos calcular o retorno que o investimento terá, é preciso que saibamos o valor das cotas (o qual, como se pode ver, é variável).
A composição das carteiras, assim como os fatores de risco, são responsáveis pela classificação dos fundos.
Tipos de fundos
Os fundos são separados em tipos para permitir que o investidor tenha mais facilidade na hora de escolher o fundo no qual investirá.
Um dos mais comuns é o chamado fundo de ações. Para que possam ganhar tal alcunha, os fundos devem investir pelo menos 67% do patrimônio em ações. Os 33% restantes podem ser distribuídos em outros ativos.
O fator de risco, no fundo de ações, está normalmente atrelado à variação do preço dos papéis presentes na carteira de investimentos. Em geral, o fundo de ações é o preferido dos que desejam ter maior rentabilidade e estão dispostos a correr riscos mais altos.
Para além deste, temos os seguintes tipos de fundos:
Fundo cambial
Como o próprio nome sugere, o fundo cambial é composto majoritariamente (acima de 80% do patrimônio) em ativos relacionados a moedas. O dólar, em geral, é a moeda predileta.
O risco é alto quando há oscilação constante nos preços das moedas estrangeiras, mas os fundos cambiais são opções interessantes para quem deseja acumular moeda estrangeira ou precisa se proteger das variações de câmbio.
Fundo de renda fixa
Trata-se de uma carteira de investimentos composta por ativos de renda física, como títulos públicos e CBDs. É normal que os fundos do gênero ultrapassem os 80% em ativos de renda fixa.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, os fundos de renda fixa podem ser de quatro tipos:
- Simples: ideal para investidores mais modestos ou para quem está começando a investir, é composto majoritariamente por títulos públicos;
- Curto prazo: fundos com prazo menor para o vencimento dos títulos que estão em sua carteira de ativos, é composto por títulos públicos ou privados ajustados à Taxa Selic;
- Longo prazo: como o nome sugere, tem um vencimento médio da carteira de ativos que ultrapassa o prazo de um ano. Pode ser composto por títulos pós-fixados ou prefixados, públicos ou privados, e é um pouco mais arriscado;
- Referenciado: a rentabilidade está atrelada a um índice de referência, como o IPCA. A maior parte da carteira é comprometida por ativos indexados ao índice de referência de escolha do gestor do fundo. 80% do patrimônio deve ser investido em títulos públicos ou privados de baixo risco.
Fundo de Previdência
Podemos dizer que o fundo de Previdência privado é um plano de aposentadoria. Assim como nos demais casos, funciona através da obtenção de cotas, de acordo com os recursos de cada colaborador.
Em geral, os fundos de Previdência têm duas fases: a de acumulação e a de usufruto. No primeiro caso, há a constituição do patrimônio. No segundo, há a utilização dos recursos acumulados ao longo dos anos de investimento.
Os fundos deste tipo têm sido muito buscados nos últimos tempos, por conta das alterações nas regras da aposentadoria e as constantes oscilações do mercado de trabalho.
Por Lucas Silva