Com a chegada do período de entrega do Imposto de Renda 2025, muitos contribuintes têm dúvidas sobre como declarar bens no sistema da Receita Federal. Entre eles, os veículos automotores, como carros, motos e caminhões, devem ser informados corretamente para evitar pendências ou inconsistências na declaração.
Embora a posse de um carro não signifique necessariamente o pagamento de imposto sobre o bem, sua inclusão na declaração é obrigatória para aqueles que se enquadram nos critérios de obrigatoriedade do IR.
Quem precisa declarar um carro no Imposto de Renda?
A Receita Federal exige a declaração de veículos quando o valor do bem ultrapassa R$ 5 mil. Isso significa que, independentemente de o automóvel estar quitado ou financiado, ele deve ser informado na ficha de “Bens e Direitos” caso seu preço de aquisição tenha sido igual ou superior a esse limite.
Além disso, o contribuinte que se encaixa em pelo menos um dos critérios de obrigatoriedade do IR 2025 – como rendimentos tributáveis superiores ao limite estipulado pela Receita, ganhos com venda de bens, rendimentos isentos acima do teto permitido ou posse de patrimônio superior a R$ 300 mil – deve declarar seu carro, se possuir um.
Passo a passo para declarar um veículo no IR 2025
O processo para incluir um carro na declaração de Imposto de Renda é relativamente simples, mas exige atenção aos detalhes para que os valores informados estejam corretos. Confira o passo a passo:
- Acesse a ficha “Bens e Direitos”
No programa da Receita Federal ou na plataforma online do e-CAC, vá até a aba “Bens e Direitos”.
- Escolha o código correto
O código correspondente a veículos automotores terrestres é o “21 – Veículo Automotor Terrestre”.
- Informe os detalhes do veículo
No campo “Discriminação”, insira informações como modelo, marca, ano de fabricação, placa e forma de aquisição (compra à vista, financiamento ou doação).
- Preencha os valores corretamente
No campo “Situação em 31/12/2023”, informe o valor do veículo na última declaração, caso já o tenha declarado no ano anterior.
No campo “Situação em 31/12/2024”, mantenha o mesmo valor se o carro ainda estiver com você, pois o bem deve ser declarado sempre pelo valor de aquisição, sem atualizações por valorização ou inflação.
- Financiamento? Declare corretamente
Se o carro foi comprado financiado, declare apenas os valores já pagos até 31/12/2024. O saldo devedor não deve ser informado na ficha de “Dívidas e Ônus Reais”, pois o veículo já está sendo declarado em “Bens e Direitos”.
- Venda do carro? Informe a transação
Caso o carro tenha sido vendido em 2024, o campo “Situação em 31/12/2024” deve ser preenchido com R$ 0, e os detalhes da venda devem ser inseridos na “Discriminação”, incluindo o valor recebido e os dados do comprador. Se houve lucro na venda, pode ser necessário pagar imposto sobre ganho de capital.
O que acontece se o carro não for declarado?
A omissão de um veículo que deveria estar na declaração pode gerar problemas para o contribuinte, especialmente se a Receita identificar discrepâncias entre os rendimentos declarados e o patrimônio. Além disso, movimentações financeiras associadas ao bem, como transferências bancárias para a compra ou venda do automóvel, podem ser cruzadas pelo sistema do Fisco, levando a notificações e, em alguns casos, multas.
Dicas para evitar erros na declaração do veículo
- Mantenha documentos organizados: notas fiscais, contratos de compra e venda e comprovantes de pagamento são fundamentais para justificar os valores informados.
- Não atualize o valor do carro: o bem deve ser declarado sempre pelo valor pago na compra, sem ajustes por valorização ou inflação.
- Se vender, preencha corretamente os dados da transação: informe o CPF ou CNPJ do comprador e o valor exato da venda.
- Em caso de financiamento, declare apenas os valores pagos: o saldo devedor não deve ser informado na ficha de “Dívidas e Ônus Reais”.
No primeiro semestre do ano, além de pagar o IPVA e o licenciamento, é importante ficar atento às regras para o Imposto de Renda, quando aplicável. Declarar um carro no IR 2025 é um processo simples, mas exige atenção para evitar inconsistências que possam levar à malha fina.
Seguir corretamente os passos e manter os documentos organizados ajuda a garantir que a declaração esteja em conformidade com as regras da Receita Federal, evitando dores de cabeça futuras.
