Governo liberou R$ 43 bilhões em linhas de crédito pela Caixa Econômica
Após nove cortes consecutivos nos últimos anos, a taxa Selic que regula os juros da economia nacional alcançou o menor patamar da história, fechando em 2020 2% com ao ano. Com os juros mais baixos, o financiamento imobiliário foi um dos créditos que mais movimentaram o mercado de investimentos no ano passado.
Dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) mostram que entre janeiro e agosto de 2020, o financiamento imobiliário liberou cerca de R$ 51,3 bilhões, um aumento de 44% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Com os títulos de renda fixa muito afetados pela queda na Selic, muitos investidores estão buscando investir no mercado imobiliário para recuperar rentabilidade e facilitar a realização de um antigo sonho: a conquista da casa própria.
Com a baixa nos juros, a taxa de juros do financiamento está na casa dos 7% com opções bastante vantajosas de bancos públicos e privados.
Devido a isso, um estudo da Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias) mostra que cerca de 2,8 milhões de famílias no país passaram a ter condições de fazer um financiamento.
Selic baixa acirrou a concorrência entre os bancos
Com a queda da Selic, as taxas de juros do financiamento imobiliário baixaram da casa dos dois dígitos. Hoje, é praticamente impossível ver algum banco oferecer taxas maiores do que 10%.
Com a concorrência voraz entre os bancos, a disputa entre instituições privadas e públicas se acirrou após os cortes que levaram a Selic de 4,5% no início do ano para 2% no fim de 2020.
O Banco Itaú, por exemplo, lançou uma linha de crédito imobiliário que ajudou a jogar as taxas para baixo. O banco oferece correção pela poupança mais a taxa fixa de 3,99% ao ano, o que leva a juros de apenas 5,39% ao ano.
Caixa Econômica Federal, Bradesco e Santander estão com médias de 6,90% para a taxa mínima do financiamento imobiliário. A Caixa lançou uma modalidade com juros a partir de 8% ao ano e com custos de cartões e ITBI cobertos pelo banco.
Maior oferta de crédito e condições mais vantajosas para financiamento imobiliário
Para tentar manter o setor imobiliário aquecido em 2020, o governo federal liberou cerca de R$ 43 bilhões em linhas de crédito imobiliário pela Caixa Econômica Federal, principal banco público do país.
Com maior oferta de crédito no mercado por bancos públicos, os bancos privados responderam como mostramos no tópico acima. E isso fez com que o consumidor apostasse no financiamento para realizar o sonho de ter uma casa própria em 2020.
Além da maior oferta de crédito, a Selic baixa diminui as vantagens da compra à vista. Com os juros baixos, o financiamento se torna mais acessível aos consumidores e as construtoras focam no modelo para fechar mais vendas de novos empreendimentos.
Por isso, para quem pensa em comprar um imóvel à vista, provavelmente as condições não serão tão vantajosas quanto as de um financiamento nesse momento.
Este é o melhor momento para comprar um imóvel?
Sim, a maioria dos especialistas concorda que este é o melhor momento para comprar um imóvel. Isso porque embora as taxas de juros possam continuar caindo, a tendência mais real é que os preços dos imóveis voltem a subir por conta da pressão da queda da Selic sobre a demanda.
Em outras palavras, esperar por taxas menores de financiamento pode não ser a melhor ideia. Esse é o momento para buscar por linhas de crédito bastante vantajosas, então não deixe para depois.
Se você já tem um planejamento financeiro visando o longo prazo, considere as opções de mercado e confira não só as taxas de juros, mas as outras taxas envolvidas nesse financiamento. Assim, será possível a opção mais vantajosa com o menor CET (Custo Efetivo Total) possível para o negócio.