Em tempos de Fake News, resolvi investigar um mito que é contado nas aulas de marketing e comunicação há muitos anos: que foi a Coca Cola que vestiu o Papai Noel de vermelho. Para tanto, entrei no site da própria Coca Cola e descobri que NÃO. Eles afirmam que, antes mesmo da Coca Cola ser criada, já havia registros do Papai Noel usando roupas vermelhas.
Contudo, o que a marca fez foi contribuir com a construção da imagem do Bom Velhinho bonachão e fofo, como conhecemos hoje. Antes, ele era retratado de várias maneiras: alto e magro; baixo e elfo; distinto e intelectual e até assustador. Foi em 1931 que a Coca Cola contratou o artista sueco-americano Haddon Sundblom para pintar o Papai Noel em seus anúncios de Natal. A partir de então, a imagem cativou o público e se espalhou pelo mundo, mudando a percepção de como seria um Papai Noel, para sempre.
Claro, desde então, muita coisa mudou e neste ano até vemos uma importante empresa de cosméticos trazendo um Papai Noel negro. E porque não? A representatividade das diferentes etnias precisa ser debatida urgentemente, inclusive passando pelo Papai Noel. Também poderíamos pensar em um Papai Noel mais magro em tempos de altas taxas de colesterol e aumento do diabetes; ou em uma Mamãe Noel mais empoderada e não apenas atuando como coadjuvante.
Enfim, a ideia não é apagar do mapa o nosso conhecido Papai Noel, mas sim suscitar importantes reflexões, pois este é também papel do marketing. Contudo, independentemente das características físicas do Papai Noel, o importante é que cada vez mais ele não só represente uma data comercial e um símbolo do consumismo, mas também, que ajude a construir o espírito natalino que surge nesta época, com amor, solidariedade, alegria e principalmente, com tolerância.
Autora: Drª Shirlei Miranda Camargo é professora tutora do curso de Gestão Comercial do Centro Universitário Internacional Uninter.