Modalidade é pouco conhecida no Brasil, mas oferece crédito a juros abaixo do mercado.
A crise econômica gerada pela pandemia afetou diretamente o orçamento das famílias brasileiras. Nesse sentido, tomar crédito para cobrir as contas virou uma alternativa para fechar o orçamento.
Entre as modalidades de crédito pouco conhecidas está o refinanciamento de imóvel, que utiliza uma garantia real. Por ser lastreado em um bem físico, este tipo de crédito possui taxas mais acessíveis do que os meios tradicionais.
No entanto, o refinanciamento imobiliário ainda é pouco conhecido e utilizado no Brasil. Este texto vai explicar o que é e como aproveitar as boas condições desta modalidade.
O que é o refinanciamento de imóvel
De maneira geral, o refinanciamento imobiliário é um tipo de empréstimo feito em bancos e instituições financeiras. A diferença crucial é que o refinanciamento possui uma garantia, pois o tomador deixa seu imóvel como garantia do pagamento.
Dessa forma, se o tomador do empréstimo não arcar com o pagamento da dívida, a instituição torna-se proprietária do imóvel, podendo vendê-lo e recuperar parte da dívida.
Por conta de ter uma garantia, o refinanciamento imobiliário possui taxas consideravelmente mais baixas. Enquanto o custo de crédito no Brasil é, em média, 18% ao ano, conforme dados do Banco Central (Bacen), o refinanciamento imobiliário possui taxas entre 8% e 12% ao ano.
Ou seja, utilizar um imóvel como garantia pode reduzir o custo de uma dívida entre 30% e 60%. Num cenário onde cerca de 74% das famílias estão endividadas, utilizar o imóvel como garantia pode representar uma grande economia com juros no orçamento do mês.
Como fazer um refinanciamento imobiliário
Apesar das vantagens financeiras, o refinanciamento imobiliário não faz parte do cotidiano do brasileiro. Por isso, muita gente não sabe qual é o processo de tomada desse crédito — que não é tão difícil quanto parece.
Em primeiro lugar, o imóvel precisa estar registrado no nome de quem vai fazer o refinanciamento. Também é preciso que o imóvel esteja 100% quitado e não seja utilizado como garantia de outro empréstimo.
Cumpridos esses critérios, o proprietário do imóvel deve se dirigir até o banco no qual pretende solicitar o refinanciamento. A instituição deve solicitar a documentação completa do imóvel, bem como dados e documentos do proprietário.
Em seguida, começa a avaliação do pedido de refinanciamento, com base no imóvel e também na capacidade de pagamento do tomador. O limite aprovado para o refinanciamento costuma variar entre até 50% e 75% do valor de avaliação do imóvel. Em geral, os bancos oferecem até 240 meses para pagamento da dívida.
Nesse sentido, o refinanciamento funciona praticamente da mesma maneira que o financiamento de compra de um imóvel. Após ter seu refinanciamento aprovado, o cliente recebe o pagamento integral na sua conta.
As parcelas são debitadas automaticamente e o valor diminui conforme se aproxima o fim do refinanciamento. O valor da parcela é limitado a 30% da renda declarada do tomador.
Vantagens do refinanciamento imobiliário
A primeira vantagem de obter dinheiro através do refinanciamento imobiliário, conforme explicado anteriormente, é o custo. Esta modalidade possui taxas muito abaixo da média da maioria dos tipos de crédito mais populares.
O refinanciamento também possui prazos mais longos do que o empréstimo pessoal e outras modalidades. Essa distensão no pagamento ajuda o tomador a se planejar e conseguir pagar parcelas que caibam no seu orçamento.
Outra vantagem é que o refinanciamento pode ser realizado inclusive por quem está com o nome negativado nos serviços de proteção ao crédito. Contudo, este risco de inadimplência geralmente leva as instituições financeiras a elevarem as taxas de juros nesses casos.
Desvantagens
Em contrapartida, o refinanciamento também possui alguns riscos ou desvantagens que devem ser analisados com atenção.
O valor disponibilizado nesta linha de crédito é bem mais elevado. Por exemplo, refinanciar 50% do valor de um imóvel de R$ 240 mil significa um empréstimo de R$ 120 mil. Por isso, trata-se de uma modalidade que é mais vantajosa para a realização de grandes projetos ou para cuidar de maiores imprevistos.
O refinanciamento imobiliário também impõe certas limitações ao uso do imóvel. Por exemplo, o bem dado como garantia não pode ser doado ou vendido enquanto o refinanciamento estiver sendo pago. Não é permitido utilizar o mesmo imóvel em mais de um refinanciamento.
Por fim, há o maior risco de todos: a perda do imóvel. Em caso de não pagamento do empréstimo, a instituição pode retirar o patrimônio do cliente para quitar a dívida.
Em suma, o refinanciamento imobiliário possui grandes vantagens, sobretudo pelo seu custo e facilidade. Desde que utilizado com inteligência e planejamento, este crédito pode ajudar a alavancar seus projetos ou auxiliá-lo durante um imprevisto.