A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) apontou que 24,9% dos escolares rondonienses já tinham fumado cigarro alguma vez. O índice é maior entre os estudantes de escolas públicas: 25,5% enquanto que 16% dos estudantes de instituições particulares relataram o uso do cigarro. A pesquisa aponta ainda que 12,8% dos escolares fumaram pela primeira vez com treze anos ou menos.
A pesquisa foi realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde e com apoio do Ministério da Educação. Ela abrangeu estudantes brasileiros de 13 a 17 anos, do 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio das redes pública e privada de ensino.
A pesquisa tem intervalo de confiança de 95%.Entre os que fumaram cigarro nos 30 dias anteriores à pesquisa, 32,1% compraram em algum estabelecimento comercial; 28,7% pediram para alguém; 13,5% conseguiram de algum modo não especificado na pesquisa; 12,3% conseguiram com uma pessoa mais velha; 6,1% deram dinheiro para alguém comprar; 5,5% pegaram escondido em casa e 0,8% comprou de vendedor de rua.
Já em relação ao narguilé, Rondônia apresenta o oitavo maior índice brasileiro de escolares que tinham experimentado o produto e o maior da Região Norte: 31,9%. Paraná apresentou a maior taxa entre as unidades federativas (52,4%) e Pará a menor (8,6%). Rondônia apresenta ainda a segunda maior taxa de estudantes da Região Norte que experimentaram cigarro eletrônico (e-cigarrette): 17,2%, ficando atrás de Roraima, que apresentou 18,4%.
Ainda por meio da PeNSE, foi possível verificar que 68,3% dos escolares rondonienses já experimentaram bebida alcoólica, sendo a sexta maior taxa entre as unidades federativas e a maior da Região Norte. O estado também apresenta o maior índice nortista em relação aos escolares que experimentaram bebida alcoólica com menos de 13 anos: 41,3%, ficando na quarta posição entre as UFs.
Entre os adolescentes que afirmaram terem bebido nos 30 dias anteriores à pesquisa, 34,6% deles ingeriram quatro doses ou mais em um único dia. A proporção é maior entre os garotos que entre as garotas: 40,2% e 30,5% respectivamente.
O modo mais frequente com que os adolescentes que beberam conseguiram a bebida foi em festas (32,3% deles), seguido de comprar em estabelecimento comercial (17,7%), conseguir com alguém da família (17,1%) e conseguir com amigos (15,5%).
Outra informação importante trazida pela pesquisa foi em relação ao uso de drogas ilícitas. Ela apontou que 11,5% dos escolares rondonienses já haviam experimentado drogas ilícitas alguma vez. Do total de estudantes, 3,5% tinham menos de 13 anos quando fizeram uso dessas substâncias.
Questionados se usaram maconha nos 30 dias anteriores à pesquisa, 4% dos estudantes rondonienses responderam que sim. Já sobre uso de crack, 0,1% respondeu afirmativamente.
Garotas sofrem mais agressão sexual que garotos
A PeNSE investigou sobre alunos que não compareceram às aulas por falta de segurança no caminho de casa para a escola ou da escola para a casa. Em Rondônia, 10,6% dos escolares com idades entre 13 e 17 anos faltaram às aulas por esta razão. A taxa rondoniense é a sexta menor do país e a menor da Região Norte.
Além disso, foi questionado aos escolares se estiveram envolvidos em brigas com luta física nos 30 dias anteriores à pesquisa. O resultado mostrou que os garotos são muito mais propensos a se envolverem em conflitos corporais que as meninas. Em Rondônia, 13,6% deles responderam que haviam se envolvido em lutas físicas enquanto que entre elas o índice foi de 6,3%.
Sobre uso de armas, a pesquisa demonstrou que 2,6% dos estudantes rondonienses envolveram-se em briga na qual alguma pessoa usou arma de fogo e 4,5% envolveram-se em briga na qual alguma pessoa usou arma branca.
A PeNSE também traz informação sobre adolescentes que sofreram acidente ou agressão alguma vez nos 12 meses anteriores à pesquisa: 16,8% dos escolares declararam esta situação. Deste total, 26,8% sofreram acidente de transporte, 22,8% sofreram queda acidental, 16% machucaram-se em consequência de exercício físico ou esporte, 13,9% feriram-se devido à agressão ou briga, 5,1% machucaram-se de propósito e 14,3% relataram outras causas.
Sobre agressão sexual, 15,6% dos estudantes rondonienses informaram que alguma vez na vida alguém o(a) tocou, manipulou, beijou ou expôs partes do corpo contra sua vontade. A diferença por gênero é significativa: 21,7% das garotas relataram a situação e entre eles a proporção foi de 9,2%.
Quando averiguada a identificação do(a) agressor(a), 25,2% eram namorados(as), ex-namorados(as) ou ficantes; 20,5% eram familiares que não pai/mãe/padrasto/madrasta; 19,1% eram amigos(as); 18,2% eram desconhecidos(as) e 9,6% eram pais, mães, padrastos ou madrastas. O restante era de pessoas não relacionadas na pesquisa.
Ainda sobre agressão sexual, a PeNSE questionou se alguma vez na vida alguém ameaçou, intimidou ou obrigou a ter relações sexuais ou qualquer ato sexual contra sua vontade. Em Rondônia, 6,7% dos escolares relataram que já viveram a condição. Também há uma grande diferença por gênero: 9,5% entre elas e 3,7% entre eles.
Quando perguntado a idade em que alguém ameaçou, intimidou ou obrigou a ter relações sexuais ou qualquer ato sexual contra sua vontade, 62% dos escolares disseram que tinham menos de 13 anos; 6,8% tinham 13 anos; 11,2% tinham 14 anos; 9,5% tinham 15 anos; 8,9% tinham 16 anos e 1,1% tinha 17 anos.
Garotos faltam mais à aula sem autorização dos pais que garotas
Outro ponto relevante apontado pela PeNSE foi sobre alunos que faltaram às aulas sem autorização dos responsáveis nos 30 dias anteriores à pesquisa. O índice rondoniense foi o oitavo maior do país: 19,7%, sendo que o Rio de Janeiro foi a unidade federativa com maior número de faltosos (26%) e Piauí com a menor taxa (12,8%).
Ficou evidenciado também que os meninos faltam mais que as meninas. Em Rondônia, 21,1% deles declararam que faltaram às aulas sem autorização dos pais enquanto que 18,3% delas relataram a situação. Além disso, a pesquisa demonstrou a diferença nas taxas de faltosos entre escolas públicas e privadas: 20,2% e 11,6% respectivamente.
A pesquisa demonstrou ainda que, em Rondônia, 82,7% dos pais sabiam o que os filhos faziam durante o tempo livre. O índice foi o maior da Região Norte, ficando um pouco à frente de Pará e Tocantins, que apresentaram taxa de 82,6%. Entre as unidades federativas, o maior índice foi registrado no Rio Grande do Sul, com 87%.
Quando questionados se os responsáveis entendem seus problemas e preocupações, 65% dos adolescentes rondonienses responderam “sim”. Se considerado o gênero, entre os meninos o índice é maior que entre as meninas: 69% e 61,2% respectivamente.
Também foi perguntado para os estudantes sobre a frequência com que colegas os trataram bem e/ou foram prestativos com eles nos 30 dias anteriores à pesquisa. Rondônia teve o maior índice da Região Norte dos que responderam “na maior parte do tempo ou sempre”: 63%. 28,7% responderam que raramente ou às vezes e 8% disseram que nenhuma vez.
Sobre a sensação de serem humilhados por provocações de colegas da escola, 22,1% dos estudantes rondonienses com idades entre 13 e 17 anos responderam que se sentiram assim duas ou mais vezes nos 30 dias anteriores à pesquisa; 15,8% falaram que tiveram a sensação uma vez e 61,5% disseram que não tiveram esta sensação nenhuma vez.
Com relação ao motivo/causa da humilhação, 16,9% falaram que foi devido à aparência do corpo; 8,5% disseram “aparência do rosto”; 3,8% atribuíram à cor ou raça; 2,6% relataram ser por causa da religião; 2,1% por orientação sexual; 0,9% em razão da região de origem e 64,5% declararam que foi por outros motivos.
Quando é sobre se sentirem ameaçados, ofendidos ou humilhados nas redes sociais ou aplicativo de celular, 14,4% dos estudantes rondonienses relataram a situação. O índice é maior entre as garotas: 18% delas tiveram esta sensação enquanto 10,5% deles relataram o sentimento.
A PeNSE ainda averiguou sobre os ofensores. Em Rondônia, 10% dos escolares informaram que esculacharam algum colega a ponto de magoar, ofender ou humilhar. Há uma grande diferença por gênero: enquanto 12,5% dos meninos falaram que ofenderam colega, 7,7% das meninas admitiram a ofensa. Há também uma diferença significativa entre estudantes das escolas públicas e das privadas: 9,8% e 13,1% respectivamente.
Via assessoria
Por Amabile Casarin