O site entrevistou por telefone, na tarde de quarta-feira, 14, a jovem Ruana Gonçalves Fernandes, de 23 anos, moradora da cidade de Buritis, cuja mãe faleceu carbonizada dentro de um ônibus na BR 364 esta semana. O acidente, noticiado por este site, deixou quatro mortos e comoveu o Estado de Rondônia (CONFIRA AQUI).
A Prefeitura de Buritis emitiu nota lamentando os quatro falecimentos, entre eles o do motorista do ônibus, Elcio Ferreira Jordão e Olga Schütz Cruz. A outra mulher morta na colisão do coletivo com um caminhão-tanque era esposa do condutor do veículo de carga e não teve seu nome divulgado.
A quarta vítima, mãe de Ruana, que recebeu várias homenagens nas redes sociais, é Naate Vieira Gonçalves. Ela tinha 53 anos e trabalhava numa fábrica de móveis em Buritis. Com um gesto dramático e desesperado, Naate salvou a criança que viajava em seu colo, atirando-a pela janela do ônibus em chamas.
Segundo a entrevistada, Naate estava levando o neto, Heitor, de 1 ano e 7 meses de vida, para tirar as medidas para uma botinha ortopédica que precisaria usar para corrigir o problema em uma das pernas. O procedimento estava marcado no hospital Santa Marcelina, na capital.
Ainda muito assustado, o garoto estava chegando com Ruana, sua mãe, em Burtis, quando ela falou com a FOLHA. O menino havia sido atendido em Porto Velho após o acidente. Tinha alguns arranhões decorrentes da queda, mas nada grave.
Com base no testemunho de sobreviventes, Ruana contou que, após salvar o neto, Naate tentou pular pela mesma janela, mas não conseguiu e acabou sendo atingida pelas chamas, que começaram na parte da frente do coletivo, dando tempo para que os passageiros que estavam atrás escapassem da morte.
“Para mim, ele já era uma guerreira, e se tornou uma heroína, salvando meu filho. Minha mãe era tudo para mim”, disse a jovem, revelando que, mesmo numa função modesta (lixadeira de móveis) Naate a ajudava a criar os dois filhos (o mais velho tem 4 anos).
EXAME DE DNA
Assim como a esposa do caminhoneiro, Naate ficou irreconhecível após seu corpo ser atingido pelo fogo. A própria Ruana foi impedida de vê-la, mas cedeu o material genético para o exame de DNA, através do qual foi feito o reconhecimento oficial das vítimas carbonizadas.
Fonte: Folha do Sul