Em uma época onde a tecnologia nos permitiu tornar digital muitas das nossas atividades cotidianas, práticas até então comuns, como escrever em papéis, guardar documentos físicos e pagar boletos impressos, deram lugar ao digital.
Esses são só alguns exemplos, e há alguns anos, provavelmente leria notícias como essa em um jornal impresso ou em uma revista. Porém, ao invés do papel, está utilizando um aparelho eletrônico.
Ou seja, os processos relacionados às atividades empresariais, comerciais, estudantis e até de lazer, são facilmente realizados por alternativas digitais.
Embora isso seja um fato, na teoria, a produção de papel parece não diminuir, e com isso, as consequências ao meio ambiente tendem a aumentar, e elas vão desde o desmatamento ao agravamento do efeito estufa.
Por isso, políticas públicas estão voltando seus esforços para diminuir essas práticas danosas à natureza, como é o caso do Projeto de Lei 273/22, que torna obrigatório o uso de papel reciclado em concursos públicos.
Qual impacto o papel causa ao meio ambiente?
A produção de lixo excessiva, por si só, não é uma prática benéfica ao meio ambiente, mas quando se trata do papel, esse caso é um pouco mais delicado e vai além do lixo produzido.
Isso porque, para a fabricação do papel, é feito o desmatamento, e suas consequências são prejudiciais à natureza, aos seres humanos e aos animais, além da probabilidade de se tornarem irreversíveis ao longo do tempo e isso prejudicar toda forma de vida no planeta.
E quanto às árvores, um dos seus papéis fundamentais é a absorção de CO2 e a produção de oxigênio, fundamental para nossa sobrevivência. Ou seja, quanto mais se produz papel, mais ocorre o desmatamento em massa.
Outro fator que faz repensar sobre o uso do papel, é a poluição. A fabricação do papel é um processo muito poluente e se torna uma preocupação quanto o assunto é a emissão de elementos que podem prejudicar a atmosfera.
Na produção de papel grandes quantidades de papel, são emitidas toneladas de CO2, responsável por 60% do efeito estufa, fenômeno natural, que quando agravado, é o responsável principalmente pela extinção de espécies, aumento do nível do mar, diminuição de recursos naturais e desequilíbrio climático.
Esses e outros danos que podem perdurar por tempo indeterminado e seus ricos afetam tanto a sociedade, como agentes naturais e a fauna.
A importância do papel reciclado e suas vantagens ecológicas
Apesar das consequências do papel serem alarmantes, a boa notícia é que dá para diminuí-las, afinal, não dá para abolir o uso dele para sempre. Apesar da tecnologia ter ajudado nessa questão, ele ainda é fundamental em determinadas situações.
E no uso do papel, o Brasil é um dos países que mais o consome, além de estar na décima posição do país que mais produz essa matéria. Diante disso, como mudar o cenário preocupante, visto os efeitos que citamos acima?
A resposta está na reciclagem! O papel reciclado tem muito menos efeito do que o comum, pois diminui o desmatamento evitando o corte de, em média, 30 árvores. Ou seja, os riscos da perda da biodiversidade diminuem.
Além de que, na fabricação de papel reciclado, tanto o gasto de energia, quanto a produção de água e o uso de substâncias químicas diminuem drasticamente.
E por falar em redução, a diminuição de 37% dos efeitos da emissão de gases de estufa também está entre as vantagens do papel reciclado, o que evita a escassez de recursos naturais e as drásticas mudanças de temperatura provenientes do aquecimento global.
Mas não é apenas o meio ambiente que se beneficia com a reciclagem. Boa parte da população provém seus sustentos dessa prática e ela gera cinco vezes mais emprego, se comparado à confecção do papel virgem.
Até aqui, os benefícios são muito atraentes, mas sabemos que, na prática, a facilidade de se consumir o papel virgem é tão atrativa quanto. Então, quais medidas tomar para incentivar essa mudança de hábito?
O Projeto de Lei 273/22: medidas sustentáveis geram resultados
Está em análise na Câmara dos Deputados, um projeto de lei que visa diminuir os malefícios da produção de papel virgem, e para isso, torna obrigatória a utilização de papel reciclado em concursos públicos.
De acordo com o autor desse projeto, o deputado José Nelto (Pode-GO), a criação da lei objetiva mudar significativamente o meio ambiente, e sobre o custo-benefício, ainda afirma que o preço é equivalente às outras qualidades de papel.
Esse projeto tem como foco os concursos públicos e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), os quais são realizados recorrentemente por meio de cadernos de provas por milhares de participantes. E que consequentemente, significa a utilização de muitos quilos de papéis por concurso.
Desse modo, a diminuição de papel já seria satisfatória. Tratando-se de mudança de hábitos de consumo, medidas sustentáveis como essa são sempre um bom ponto de partida para resultados vantajosos de médio a curto prazo.
Por ser um projeto de lei, ainda se encontra em análise pelos deputados da Câmara e será revista pelas comissões de Trabalho, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Administração e Serviço Público, Constituição e Justiça e de Cidadania.
Com as informações dadas até aqui, fica fácil entender a importância tanto desse projeto, quanto do papel reciclado em si. E por sermos agentes importantes da configuração social, não é preciso esperar as políticas públicas para ajudarmos o meio ambiente.
Podemos, por exemplo, passar a utilizar o papel reciclado ao invés do comum. Tecnicamente, todas as impressoras são compatíveis com ele, porém, a qualidade pode variar pela capacidade do papel de absorver a tinta do toner.
Os maiores beneficiados com todas essas atitudes somos nós mesmos, e tomar decisões que impactam positivamente nosso planeta como um todo, é cuidar do ambiente em que viveremos e deixá-lo apto para as futuras gerações.
Às vezes, esquecemos da nossa importância e somos levados a acreditar que nossas atitudes não farão diferença, mas nas pequenas ações diárias é que estão os grandes resultados.