A Casa Militar do Governo de Rondônia formará na próxima sexta-feira (19) a primeira turma de 15 operadores de drone em órgãos de segurança pública, uma de suas atuais prioridades. O curso denominou-se Operações de Segurança com Drones.
A primeira turma é constituída por agentes penitenciários, bombeiros, policiais federais, militares e rodoviários. Em 70 horas, eles aprenderam a manusear o drone em aulas práticas no Estádio Aluízio Ferreira e a distância. As aulas práticas foram dadas pelo cabo PM Souza Lima, com a coordenação do capitão PM Rodrigo Nunes.
“Desenvolvemos um ambiente virtual de aprendizado para a fase à distância, com legislação, videoaulas e outros informativos; o formando sai do curso com carteira de piloto autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”, disse o capitão Rodrigo.
O agente de segurança domina o planejamento de uma operação de segurança e atua como piloto num voo realizado com drone.
Após um tempo, o drone foi reformulado para uso doméstico e hoje é bem popularizado, seja para trabalho audiovisual, inspeções, ajudas humanitárias, mapeamento, dentre outras tarefas. São realidades da vida moderna e têm, principalmente, se multiplicado dentro da Segurança Pública.
“O drone é sensível e útil para ser usado em segurança pública, todos aprendem a utilizá-la”, avalia o gerente de segurança da Casa Militar, tenente Gleidson Benfica, um dos instruídos no curso.
Segundo o capitão Rodrigo, na missão de promover a segurança pessoal e patrimonial dos titulares do Poder Executivo Estadual, a Casa Militar presta assistência ao governador do Estado, no trato e na apreciação de assuntos de natureza militar, e dá segurança à visita de autoridades. “Desta maneira, o órgão valoriza os policiais, melhorando sua capacitação técnica-profissional”, explica.
“Não se trata somente de aprender a pilotar e utilizar os recursos de um drone, mas sim, utilizá-los de forma estratégica, aplicando cada recurso específico em determinadas situações ou ocorrências, de acordo com suas peculiaridades”, observou o instrutor cabo Souza Lima.
O treinamento possibilitou aos agentes de seguranças das mais diversas áreas conhecerem a legislação brasileira que regulamenta operações realizadas com drones, e assim, realizarem voos conforme os requisitos legais. Também implicou conhecimento do acesso ao espaço aéreo quanto às certificações do próprio piloto e aeronaves.
PASSADO E O PRESENTE
“Graças ao desenvolvimento tecnológico e populacional das derradeiras décadas, as Aeronaves Remotamente Pilotadas, ou Remotely Piloted Aircraft em inglês, foi criado na década de 1960 para fins militares, quando a Marinha experimentava novas tecnologias e somente na década de 1970 que começou a ser utilizado em operações militares”, constatou o instrutor.
Mais de quatro décadas atrás, no extinto Território Federal de Rondônia, o Projeto Radam (Radar na Amazônia) era pioneiro do governo brasileiro para a pesquisa de recursos naturais. Organizado pelo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) do Ministério das Minas e Energia, com recursos do Plano de Integração Nacional, o uso do radar de visada lateral (SLAR – side-looking airborne radar) representava um avanço tecnológico. Sendo um sensor ativo, a imagem podia ser obtida tanto durante o dia quanto à noite e em condições de nebulosidade, devido às microondas penetrarem na maioria das nuvens.
O Radam foi criado em outubro de 1970, dando prioridade à coleta de dados sobre recursos minerais, solos, vegetação, uso da terra e cartografia da Amazônia e áreas adjacentes da região Nordeste. Em junho de 1971 iniciou-se o aerolevantamento. Era comum o trânsito de tripulações do Serviço Geográfico do Exército em Porto Velho; vinham de Porto Alegre (RS).
Devido aos bons resultados do projeto, em julho de 1975 o levantamento de radar foi expandido para o restante do território nacional, visando o mapeamento integrado dos recursos naturais e passando a ser denominado Projeto RadamBrasil.
Nesses projetos, a plataforma utilizada foi um avião Caravelle, com altitude média de 11 quilômetros e velocidade média de 690 km/h, tendo como sistema imageador o GEMS (Goodyear Mapping System 1000), operante na banda X (comprimentos de onda próximos a três centímetros e frequência entre oito e 12,5 GHz).
Atualmente, o veículo drone identifica características de regiões brasileiras voando mais baixo, e com maior facilidade para o êxito de suas filmagens.
O QUE SÃO
Drones são veículos aéreos não tripulados. Seu nome é dado devido ao barulho característico das hélices do helicóptero ao rotacionarem. Se traduzido do inglês, drone corresponde a zangão. Eles não se configuram em formato de avião, possuem no mínimo três hélices com o sentido do vetor força direcionado para cima, embora haja exceções à regra: drones de asa fixa.
Classificam-se conforme a funcionalidade, número de hélices, configuração das hélices e formato. Motores e o número de hélices do drone estabelecem dois fatores: capacidade de carga e velocidade. Essas grandezas são inversamente proporcionais, logo, se tivermos alta capacidade de carga, a velocidade será reduzida, tal como o inverso se faz verdadeiro.
O INSTRUTOR
Policial militar desde 2007, o Souza Lima é graduado em informática, analista de redes de computadores; pós-graduado em metodologia do ensino superior e inovações curriculares; pós-graduado em gestão de riscos e cibersegurança; pós-graduado em gestão em redes de computadores; pós-graduado em segurança pública; especializado em engenharia de sistema.
Tem certificado Microsoft MCP, experiência em planejamento e análise dos segmentos educacionais, tecnologias educacionais, educação a distância e temática ambiental. Atuou como docente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (Ifro) em cursos técnicos concomitantes ao ensino médio no campus Avenida Jorge Teixeira, e docente na Universidade Norte do Paraná (Unopar) em cursos de ensino superior no campus da Rua Matrinchã.
No ritmo frenético do avanço tecnológico, capacitou-se no segmento de Aeronave Remotamente Pilotada. E assim, ministra cursos avançados para pilotar de drone DJI; para levantamentos técnicos, SIG com ArcGis, mapeamento aéreo e topografia; e aerofotogrametria com drone.
Atualmente, dedica-se a pesquisas nas áreas de desenvolvimento de softwares para o setor onde está lotado e estuda fotogrametria com drones, sensoriamento remoto e técnicas de processamento digital de imagens.
Via assessoria do governo
Por Montezuma Cruz