A OLX Brasil, plataforma de venda de itens novos e usados, acaba de adquirir o Grupo Zap para fortalecer sua posição no mercado imobiliário do país. O negócio avalia o Grupo Zap em aproximadamente 2,9 bilhões de reais.
A transação está sujeita a aprovações de órgãos reguladores e está prevista para ser finalizada no segundo semestre deste ano. Se o negócio for aprovado, imóveis passa a ser a principal categoria da OLX. Atualmente é a segunda, atrás de carros.
O Grupo Zap estava em busca de uma rodada de investimentos, mas as duas empresas concordaram em negociar a compra. A negociação começou em abril.
A nova empresa ainda estuda como ficarão as duas marcas. Porém, já sabe que vai atacar os mercados particular e privado para compra e venda de imóveis.
As duas empresas são complementares. Enquanto o Zap tem um perfil mais premium, a OLX é de cauda longa, com produtos de perfis mais distintos, principalmente em cidades pequenas e médias.
O Grupo Zap tem 8,3 milhões de imóveis anunciados e recebe 230 mil buscas por hora, 50 milhões de visitas todos os meses. Em 2018, o Grupo ZAP teve receita líquida de 217 milhões de reais e Ebitda de 18 milhões de reais, com uma média de 28 milhões de visitas por mês em 2019.
O grupo nasceu em 2017, resultante da fusão de entre a Zap e a Viva Real, ambos sites de compra e venda de imóveis.
A história do grupo Zap começou em 2001, com a criação do Planeta Imóvel, site de classificados de imóveis pioneiro do país. No mesmo ano, a plataforma foi adquirida pelos grupos O Globo e O Estado de S.Paulo – em 2012, o Infoglobo comprou a participação do Grupo Estado. O nome Zap surgiu em 2007. Já a Viva Real surgiu em 2009 na Colômbia e, em 2013, se tornou uma empresa totalmente brasileira.
OLX
A OLX Brasil é uma joint venture entre a Adevinta ASA e a Prosus NV. O investimento será igualmente financiado pelos dois acionistas existentes do OLX Brasil, com a Adevinta financiando sua participação através de facilidades bancárias existentes.
Com o Grupo ZAP, a OLX Brasil poderá oferecer a seus usuários mais de 12 milhões de listagens de mais de 40.000 agências imobiliárias e milhares de listas particulares, além de permitir que seus anunciantes atinjam um público maior.
A OLX investiu, em 2019, 250 milhões de reais em sua operação, especialmente em tecnologia e criação de serviços. Em 2018, a OLX cresceu 70%: o faturamento chegou a 312 milhões de reais, com uma margem de geração de caixa de 10%.
“A OLX Brasil e o Grupo ZAP estão na vanguarda para ajudar os players do mercado imobiliário a se tornarem mais digitais. A transação aumentará as capacidades do OLX Brasil para impulsionar a inovação e desenvolver uma experiência superior do cliente, tornando a compra, venda e aluguel de imóveis no Brasil muito mais segura, simples e eficiente”, diz Andries Oudshoorn, CEO da OLX Brasil, em comunicado.
“O negócio deve impulsionar a digitalização do mercado imobiliário brasileiro. 70% dele ainda é offline”, diz Joel Rennó Jr, diretor financeiro da OLX Brasil.
Concorrência
Embora o mercado imobiliário ainda seja bastante tradicional, burocrático e offline, nos últimos anos diversas startups surgiram para mudar esse cenário.
Uma delas é a QuintoAndar, que surgiu para facilitar o processo de alugel eliminando a necessidade de fiador. Em novembro, ela passou a intermediar a compra e venda de imóveis residenciais, quase três meses após ter recebido um investimento de 250 milhões de dólares, numa rodada liderada pelo japonês Softbank. A startup também lançou, há poucos meses, um serviço de reforma, para ampliar sua atuação no setor imobiliário.
Também em novembro do ano passado, a startup paulistana Loft, que compra, reforma e revende apartamentos de luxo em São Paulo, comprou a empresa de reformas Decorati, para oferecer uma solução mais completa.
Veteranas do mercado, OLX e Grupo ZAP combatem tanto imobiliárias tradicionais quanto as novas startups.
Via Exame