A perda de um ente querido é um dos momentos mais duros na vida de um ser humano. Aliado à dor da perda é ainda necessário pensar na organização do funeral, na herança, contas bancárias e todas as burocracias inerentes que assim nos são exigidas.
Hoje em dia, não é mais comum esperar até a morte para poder planejar. Na verdade, já existe um conjunto de propostas e coberturas de seguro que ajudam as pessoas a organizar seus momentos finais com antecedência e também a escolher opções memoriais, como o diamante cinzas.
Em Portugal, sob o programa Simplex, o Governo criou o Espaço Óbito, um serviço online que visa responder a quaisquer perguntas relacionadas à morte ou ao planejamento de um funeral para um ente querido.
O Que Fazer Depois da Morte de um ente Querido
Não há nada mais certo que a morte. Contudo, parece que esta é uma das passagens da vida que mais nos apanha despercebidos.
Atualmente em Portugal, já existem várias seguradoras e instituições bancárias que oferecem um seguro de proteção a funerais – permitindo o planeamento de todos os pormenores das cerimónias fúnebres assim como a sua total liquidação.
Os assuntos mais urgentes a resolver aquando do falecimento de alguém são três: obter o certificado médico de óbito; contactar uma agência funerária e justificar as faltas ao trabalho ou à escola. Os restantes podem ser tratados mais tarde.
- A quem ligar primeiro?
Normalmente deve ligar a uma agência funerária da sua confiança.
Um dos assuntos mais pertinentes a ser tratado é o da obtenção do certificado médico de óbito, que regra geral é tratado pela agência. Esta é também responsável pelo transporte do corpo para a casa mortuária ou para um lugar pedido pela família.
É importante frisar que se suspeitar que a causa da morte foi acidente, crime ou causa desconhecida deve começar por ligar à PSP ou à GNR.
- Testamento – enterro normal ou cremação?
O testamento é um documento que serve para que a vontade da pessoa antes de morrer seja conhecida e cumprida.
Hoje em dia, não é necessária nenhuma autorização por escrito para alguém que queira ser cremado quando falecer. Contudo, se não quiser ser cremado e não tiver a certeza que a família vai cumprir esta sua última vontade, deverá então fazer um testamento e expressar a vontade para que tal não aconteça.
- Questões administrativas e financeiras
É importante referir que deve obter a Declaração de Óbito junto da Conservatória do Registo Civil. É com este documento que pode solicitar à Segurança Social as pensões e outros subsídios por morte.
É também necessário solicitar apoios sociais para os familiares uma vez que em Portugal, o Estado prevê a atribuição de vários apoios e subsídios com o objetivo de ajudar financeiramente a família do falecido assim como o reembolso em parte das despesas fúnebres.
Outra etapa que pode ser morosa é a identificação dos bens deixados pelo falecido e a partilha dos mesmos pelos herdeiros, uma vez que é necessário recolher informações sobre a herança e apresentar a relação de bens que a constituem.
Até ao final do 3º mês após o falecimento, é necessário comunicar o óbito junto dos serviços das Finanças da área de residência.
Outra coisa a ter em atenção é a conta ou contas bancárias do falecido. Deve sempre comunicar à instituição de crédito o óbito antes de tentar aceder e movimentar dinheiro.
A par de todas estas burocracias, é importante escolher a melhor forma de honrar o seu familiar e as opções são muitas, das mais tradicionais (atirar as cinzas ao mar) às mais inovadoras (diamantes de cinzas).
Costumes e Tradições Funerárias em Portugal
Portugal tem vindo a mudar paradigmas no sector funerário.
Se há uns anos o funeral era considerado um acontecimento social em que se alguém não estivesse presente poderia levar a que os enlutados ficassem sentidos, hoje em dia isso já não se vê tão frequentemente. Especialmente nos meios urbanos.
Portugal tem vivido cerimónias fúnebres mais intimas e privadas e muitos já são os que afirmam que isto se deve ao crescimento exponencial das cremações em território nacional. Com isto, é também comum que os restos mortais sejam depois usados para eternizar o falecido, seja plantar uma árvore com as cinzas ou transforma-las num diamante de cinzas.
Contudo é importante não retirar importância aos funerais mais tradicionais que ainda são a vasta maioria no País. Geralmente quando um familiar morre, este é transportado para uma capela ou casa mortuária e dá-se inicio ao velório.
O velório consiste numa cerimónia em que o caixão é exposto em público de modo a permitir que família mais próxima, parentes e amigos possam honrar o defunto e dizer o último adeus antes do sepultamento.
Durante o velório, é rezado o terço, uma oração milenar da igreja católica. Esta prática dura geralmente entre 24 a 48 horas. Depois disto, é rezada uma missa por um padre e de seguida o enterro é acompanhado de flores.
De acordo com a tradição em Portugal, durante o período de luto os familiares vestem-se de preto.
Notavelmente, a atual pandemia global que nos assombra parou ou mudou a maioria dessas tradições, além de acelerar a necessidade de alternativas inovadoras aos funerais tradicionais, por exemplo, os diamantes de cinzas
Cinzas Humanas são Transformadas em Diamantes em Portugal
Laboratórios conseguem transformar as cinzas humanas em diamantes graças a alta temperatura (3.000 K) e alta pressão (60.000 barras). Estas são as mesmas condições que são usadas no processo de formação de um diamante natural no manto da Terra.
Passo 1: Análise do material a fim de determinar se há carbono suficiente para a confecção de um diamante de cinzas a partir da matéria orgânica do falecido.
Passo 2: As substâncias químicas instáveis são removidas do material, processando-o para transformar em um pó de partículas nano.
Passo 3: Devido à temperaturas extremas, o material purificado perde suas impurezas voláteis. Em seguida, são injetados gases redutores e é retirado o oxigênio.
Passo 4: Um ambiente químico úmido remove metais pesados. A adição de reagentes químicos e aplicação de condições específicas garante a qualidade do carbono. (99,99% ou 4N de pureza) é necessário para criar os diamantes de cinzas.
Passo 5: Para garantir que o diamante de cinzas tenha menores falhas e seja mais estruturado, o carbono, em forma de grafite, é colocado em uma máquina de síntese para cristalizar.
Passo 6: A etapa final requer o corte e o polimento do diamante de cinzas para maximizar seu brilho. Alternativamente, você pode optar por manter o diamante de cinzas com um toque áspero, escuro e natural.
Hoje a indústria funerária está mudando, em favor de alternativas de enterro como os diamantes de cinzas – que são pessoais e nos fazem sentir mais próximos daqueles que perdemos.