Internado desde o dia 11 de janeiro, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Regina Pacis, o jornalista Chagas Pereira, 65 anos, se tratava das complicações da Covid-19. O jornalista veio a óbito na noite do domingo dia 14.
“Agradecemos todas as orações e carinho durante esses 32 dias que ele (Chagas) esteve internado na UTI. Infelizmente papai veio a óbito nesta noite de 14 de fevereiro”, lamenta a filha do jornalista Darlene Pereira.
Nas ultimas 48 horas, o quadro de saúde dele apresentou piora significativa. O ultimo boletim divulgado no sábado (13), alertava para a dificuldade do pacientes em receber ventilação mecânica, e atualmente usava 100% de oxigenação. Os pulmões estavam bastante comprometidos.
No dia 10, os médicos notaram considerável melhora dos órgãos vitais e inclusive cogitaram reduzir a sedação, para que aos poucos o paciente fosse acordado do coma induzido.
A tomografia marcada para o dia 12 foi suspensa, após o jornalista apresentar reações ao ser colocado na ambulância. Naquela data, exames comprovaram alteração na pressão artéria, sangramento pela traqueostomia, infecção bacteriana e comprometimento das suas funções renais.
História
Repórter, radialista, publicitário, escritor e educador, Chagas Pereira é um dos nomes mais experientes do jornalismo rondoniense. Durante a sua vida profissional, ele atuou em diversos meios de comunicação, como no extinto jornal impresso “O Estadão do Norte”. Atualmente trabalhava no Jornal Diário da Amazônia, empresa do Sistema Gurgacz de Comunicação (SGC).
O repórter e apresentador, Emerson Barbosa recorda do tempo em que dividiu a redação com Chagas Pereira, ele o descreve como um homem de fé, sábio, e amigo.
“Fecho os olhos e vejo o nobre Chagas Pereira chegando à redação. Ele fazia isso sempre por volta das 13h30, nunca para mais nem para menos. Ao entrar a primeira coisa que fazia era cumprimentar os presentes. “Boa tarde grande irmão (irmã)”. Era com essa frase que ele se dirigia aos amigos. Quando tinha muita afinidade, Chagas parava e a conversa durava um tempo maior. Vou guardar comigo a nossa última conversa. Sempre muito espiritualizado e com uma palavra de fé. Os jovens da redação mensuravam um carinho por ele. É uma pena que mesmo trabalhando na mesma empresa só nós conhecemos, em 2019, quando a redação do Diário da Amazônia se uniu com a da Rede TV. Mas graças a Deus foi o tempo certo. A sua presença me encorajava, pois eu sábia que estava sentado ali ao lado de um grande jornalista. “Fica a saudade”, recorda.
O jornalista Jayson Vasconcelos também trabalhou com o Chagas Pereira na redação do Diário da Amazônia até o início da pandemia em março de 2020. Ele lamentou a morte do amigo.
“Um profissional competente e um ser humano pelo que conheci muito sábio”, disse.
Bastante emocionada, a jornalista Sara Cicera disse “que enxerga o jornalista Chagas Pereira como um grande pai. Tínhamos muita afinidade, e ele torcia por mim, pela minha, até pelo meu namoro. Sentávamos um de frente o outro, que honra eu tive, quanto aprendizado. É com o coração sangrando que eu digo Adeus, meu amigo Chagas, meu grande irmão”, despedi-se.
Há menos de um mês, o jornalismo do grupo SGC perdeu também o apresentador Marcelo Benesby, de 51 anos. Ele foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e em seguida contaminado pelo novo coronavírus, enquanto se tratava no hospital.
Chagas Pereira deixa esposa, os pais e os filhos Valdon e Darlene Assunção Pereira.
Fonte – NewsRondonia