Na tarde do último dia 10, uma mulher de 75 anos faleceu em Colorado do Oeste e a família alega que a demora no socorro pode ter causado a morte da idosa, que esperou mais de duas horas por uma ambulância, que a filha teve que buscar pessoalmente no hospital, após não ser atendida no número de emergência da unidade.
De acordo com Ivone Queiroz, filha da vítima Luiza B. L. Queiroz, que sofria de Alzheimer, a mãe passou mal por volta do meio dia e ela então começou a ligar desesperadamente para o número de emergência 192 em busca de socorro, porém, não foi atendida.
Sem poder sair e deixar a mãe sozinha, Ivone pediu ajuda para amigos e até mesmo para uma servidora da saúde e todos tentaram, insistentemente, fazer a ligação, mas também não foram atendidos
Ao ver a mãe morrendo aos poucos sem poder respirar, a filha chamou um mototáxi e foi até o pronto-socorro pessoalmente solicitar uma ambulância deixando a idosa sozinha em casa.
Já na unidade, Ivone alega que foi informada de que o telefone estava estragado e por isso não tocou em nenhum momento, mas para tirar a prova, a mulher ligou novamente quando ainda estava no local e o aparelho chamou.
Em desespero, a filha voltou para casa crente que seria seguida pela ambulância, mas ao chegar e se deparar com a mãe dando os últimos suspiros, teve que ligar novamente no hospital, quando foi atendida e questionou sobre a demora.
“Quando a ambulância apareceu, minha mãe já estava dando os últimos suspiros e chegou no hospital morta”, afirmou Ivone.
Crente que a demora no atendimento teria sido o motivo pelo qual a mãe faleceu, Ivone procurou a Delegacia da Polícia Civil e registrou um Boletim de Ocorrência sobre o caso, que ela afirma ter se tratado de negligência.
Em contato com Izabel Silva, diretora do Hospital Municipal de Colorado Oeste, a reportagem foi informada de que realmente a linha de emergência da unidade tem apresentado problemas há muitos anos, pois além de não tocar, as vezes direciona a ligação para a Polícia Militar ou para outro município.
“Realmente a situação é muito difícil de resolver, porque esse problema não é de agora e já disponibilizamos outro número para emergência da unidade depois de recebermos inúmeras queixas de pessoas que ligaram e não foram atendidas”, afirmou Izabel.
A diretora alegou, ainda, que em alguns casos, quando a ligação é direcionada para a Polícia Militar automaticamente, por já saberem do problema, alguns agentes acabam ligando nos números pessoais dos servidores ou no 3341-4192, que já foi disponibilizado exatamente para tentar resolver a situação.
“Eu mesma já liguei várias vezes no 192 do hospital e realmente não fui atendida. Então liguei no telefone particular dos servidores que eu sabia que estavam no plantão e eles afirmaram estar ao lado do telefone, mas ele não tocou”, relatou a diretora.
Por fim, Izabel enfatizou que o volume do telefone de emergência é deixado no máximo para evitar que os recepcionistas não ouçam caso precisem ir ao banheiro ou tomar água, mas que o fato de só tocar “quando quer” e dependendo da operadora através da qual é realizada a chamada, dificulta a situação que já tentaram resolver por inúmeras vezes e não conseguiram.
Em casos de emergência, o aconselhado é que os moradores do município, que não forem atendidos no 192 ou sejam direcionados para outro órgão, liguem diretamente no (69) 3341-4192.
Fonte: Folha do Sul