O segmento da construção civil apesar de ser um dos mais promissores, não registra significativos avanços desde 2014, esse é um dado da análise do presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins.
De acordo com a entidade, em 2019 houve avanço de 2% em comparação aos anos anteriores consecutivos de queda. Segundo Martins, em um cenário em que a inflação se apresenta de maneira controlada e em que a taxa básica de juros se encontra no menor patamar da história (4,5% ao ano), espera-se que em 2020 o segmento registre crescimento de pelo menos 3%.
Martins ressalta que não há nenhum setor da economia que não dependa de infraestrutura e com taxa de juros baixa, economia estável e segurança jurídica, o ambiente e o cenário se mostram favoráveis ao investimento na construção.
Ralph Chezzi, engenheiro civil e responsável pela Bump Comunicação Visual, uma das mais importantes empresas que prestam serviço ao segmento da construção civil, conta sobre os cuidados que se deve ter com a sinalização na construção civil:
“Há uma série de regras e regulamentações quanto à sinalização no ramo da construção civil, atender a esses requisitos é fundamental para garantir a idoneidade do projeto e, claro, o bem-estar e segurança de todos os envolvidos”.
Normas regulamentadoras fundamentais quando o assunto é sinalização na construção civil
Uma das normas regulamentadoras que precisam ser seguidas é a NR 26, responsável pela padronização de cores que devem ser utilizadas em toda a sinalização no ambiente, de maneira que seja claramente compreendida por todos.
Além dessa norma, outra importante regulamentação é a NR 18, que no parágrafo 27 trata especificamente sobre a sinalização de segurança. Dentre as principais orientações quanto aos objetivos da sinalização no canteiro de obras, estão:
- Promover a indicação das saídas por meio de dizeres ou setas;
- Propiciar a comunicação por meio de avisos, cartazes ou similares;
- Advertir quanto ao perigo do contato ou acionamento acidental de partes móveis de máquinas e equipamentos;
- Alertar sobre o risco de queda;
- Alertar sobre a obrigatoriedade da utilização dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), por meio da sinalização e advertência próximas ao local de trabalho;
- Promover o alerta quando ao isolamento das áreas de transporte e circulação de materiais por grua, guincho e guindaste;
- Identificar os locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e radioativas;
- Advertir contra o risco da passagem de trabalhadores em que o pé-direito for inferior a 1,80 m (um metro e oitenta centímetros);
- Entre outras.
Segundo Chezzi, outro ponto fundamental presente na NR 18 é referente ao treinamento que deve ser direcionado a todas as pessoas que trabalharão no ambiente:
“O foco desses treinamentos é garantir a correta execução do trabalho e principalmente a segurança de toda a equipe. Todas as informações referentes ao trabalho, assim como possíveis riscos, como risco de queda, por exemplo, precisam ser claramente especificados à equipe antes do trabalho no local.”
A sinalização na construção civil, representada por placas, apresenta mensagens, como:
- Atenção: olhe onde pisa;
- Atenção: área de trânsito caminhões;
- Perigo: elevador carga máxima 600 kg;
- Perigo: risco de queda de objetos;
- Segurança: uso obrigatório de capacete;
- Segurança: uso obrigatório de óculos de proteção;
- Entre outras.
Além das placas de atenção, proibição e segurança, há também outras importantes sinalizações na construção civil como a orientação de coleta seletiva de materiais, orientação quanto a comportamentos que se esperam no local, sinalização com foco na preservação da higiene nos locais, etc.
A sinalização na construção civil precisa ser devidamente planejada logo na concepção do projeto, afinal, o descumprimento das regras, pode, inclusive, impedir a continuidade do trabalho no canteiro de obras.
“Nesse segmento tão promissor para a economia brasileira é preciso se atentar a todos os cuidados imprescindíveis quanto à sinalização, que deve ser pensada de maneira estratégica, de forma que a qualidade dos materiais e da empresa de comunicação visual seja inquestionável”, conclui o engenheiro civil.
Por Daiana Barasa