O Euro vem alcançado cotações estratosféricas nos últimos tempos. Na data de fechamento desta matéria, estava cotado a R$ 6,65. A moeda já foi vendida nas casas de câmbio por menos de R$ 3,00, há cerca de 10 anos. Os fatores econômicos no Brasil, na União Europeia e no planeta mudaram, com diversas oscilações da moeda brasileira como resposta ao cenário.O Dólar também tem subido e já passou dos R$ 5,00. As duas moedas mais caras significam aumento do preço de produtos importados e dos nacionais também, pois muitos dependem de peças importadas, como os automóveis. Na economia, tudo gera uma reação em cadeia, e os carros usados acabam igualmente afetados.
Diante de tantas variações, o consumidor deve estar atento para não cair em uma emboscada ao adquirir um automóvel. No momento de assinar o financiamento, é necessário prestar atenção a todas as cláusulas e fazer uma ampla pesquisa para não pagar preços e juros abusivos. O conselho é ter paciência, esperar, se for possível, e mostrar conhecimento sobre o cenário ao negociar. Essa é a dica de um dos administradores da empresa recuperadora de crédito Corta Juros, Josuel Silva. A empresa recebe diariamente pessoas desesperadas para quitar dívidas intermináveis devido aos juros abusivos. “Culturalmente não se tem o hábito no nosso País de ler todas as cláusulas contratuais, onde constam taxas abusivas que o cliente não deveria pagar”, explica Silva.
Uma dica do especialista é em relação à cobrança da taxa de Avaliação de Bem. “Esta tarifa não pode ser cobrada para qualquer carro. No caso dos veículos usados é indevida”, alerta. A taxa de juros mensal geralmente é cobrada pelos bancos somada ao retorno financeiro da concessionária, o que gera uma composição de juros. Com isso, o valor ultrapassa o permitido pelo Banco Central, de 12% ao ano, ou a taxa básica Selic, que hoje está em 2%.
Estudo de Performance de Veículos Usados, realizado pela consultoria MegaDealer em parceria com a plataforma AutoAvaliar, mostrou que no mês de maio, em plena pandemia, houve aumento no preço médio de venda ao consumidor final, alcançando R$ 46.134 – preço recorde do ano. O lucro bruto por venda individual também atingiu o maior patamar de 2020, com R$ 5.416 em média. Diante disso, é crucial analisar se há qualquer cobrança indevida no momento da aquisição. O proprietário da Corta Juros explica que são frequentes as reclamações de clientes que, no calor do momento, não analisaram as “letrinhas miúdas” e devido a isso, entraram em uma bola de neve. “Muitos compram automóveis por necessidade, é o caso dos motoristas de aplicativo, que precisam do carro para trabalhar”, afirma Josuel. Para evitar dor de cabeça, a recuperadora de crédito sempre aconselha que, melhor que precisar buscar serviços de renegociação futuramente, é estudar o cenário.
A pesquisa mostrou também que em Julho havia 5 milhões de veículos seminovos nas concessionárias acumulados em função da diminuição das vendas, que diminuíram pela alta cotação das moedas estrangeiras somada à crise do novo coronavírus. Os carros usados são essenciais para as concessionárias, pois entram nas negociações dos carros 0Km, além de ajudarem a garantir fluxo de caixa para sustentar o negócio.
Via Press Release