O presidente do Grupo Energisa, Ricardo Botelho, anunciou ontem (23) que a empresa se prepara para levar energia a localidades remotas da Amazônia. Segundo ele, o projeto faz parte do engajamento da companhia, que tem as concessões dos estados de Rondônia e Acre, no programa do governo federal Mais Luz para a Amazônia. O termo de compromisso está sendo discutido com o Ministério de Minas e Energia (MME) e a propostas é analisar a melhor tecnologia, entre as várias disponíveis hoje – solar, eólica, micro e pequenas centrais hidrelétricas -, para atender as localidades, reduzindo o uso de geradores e ampliando o acesso à infraestrutura essencial.
Apenas Rondônia tem mais de 4 mil consumidores com esse perfil, sem acesso a essa infraestrutura básica. “O programa atende pequenos agrupamentos afastados, caracterizados pela ausência de densidade para viabilizar economicamente a ligação com o sistema”, explicou Botelho no painel Infraestrutura, Energia limpa e a Matriz Energética Brasileira: Investimentos e o Desenvolvimento da Amazônia, uma das agendas preparatórias para o Amazônia+21: Fórum Mundial Desenvolvimento Sustentável da Amazônia.
Além de Botelho, participaram do painel o secretário adjunto da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Hélvio Guerra, o CEO da ESBR – Usina de Jirau, Edson Silva, o vice-presidente da FMASE, Marcelo Moraes, e o presidente da Associação Brasileiras de Energia Solar (Absolar), Marcio Takata, e o advogado Fernando Vernalha. O presidente da Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero) e da Agência de Desenvolvimento de Rondônia, Marcelo Thomé, fez a moderação do painel e destacou o desafio de levar energia para as áreas remotas da Amazônia e também de interligar os estados da região ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Botelho relatou a experiência da Energisa na Vila Restauração, no Acre, para ilustrar as dificuldades de levar energia às localidades mais remotas. Na localidade, com cerca de 200 famílias, onde só se chega de barco, em uma viagem que leva um dia, a Energisa optou por um sistema de geração de energia solar para atender a demanda dos moradores. “Tive o privilégio dessa experiência inesquecível que foi fazer essa viagem, conhecer a realidade da Amazônia, dormir em rede e vivenciar a rotina daquela comunidade que está sendo transformada pela energia”, disse.
Para o presidente do Grupo Energisa, é possível levar adiante projetos como o Mais Luz para a Amazônia, que dão qualidade de vida e geram desenvolvimento para a população, respeitando todas as premissas de preservação ambiental da região. “O Brasil ocupa 5% das áreas do planeta e responde por 14% de toda a cobertura florestal. Serão 20% em alguns anos. Temos condições de desenvolver a região com respeito às premissas de ESG (sigla em inglês para ambiente, sustentabilidade e governança)”, garantiu.
Via assessoria