O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) decidiu cassar, em mais um processo, o registro profissional de Denis César Barros Furtado, conhecido nacionalmente como Doutor Bumbum.
Na mesma decisão, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal dessa quarta-feira (1º), o CRM-DF também proibiu a médica Maria de Fátima Barros Furtado, mãe de Denis, de exercer a profissão.
A cassação do registro é referente a um processo sobre exercício ilegal da profissão (ele é acusado de atuar como cirurgião plástico sem registro), propaganda enganosa e recusar a fornecer os prontuários para os pacientes.
Contudo, Doutor Bumbum também responde judicialmente pela morte da bancária mato-grossense Lilian Calixto.
O caso ocorreu em julho de 2018, quando Lilian viajou para o Rio de Janeiro para um procedimento de implante de silicone no bumbum, com aplicação de polimetil-metacrilato (PMMA). Inicialmente, o procedimento seria feito em Brasília (DF), mas mudou de endereço em cima da hora.
Já no Rio, ao invés do procedimento ser feito em uma clínica médica, conforme Doutor Bumbum havia garantido, a aplicação ocorreu na cobertura de um prédio na Barra da Tijuca. Lilian morreu na madrugada de 15 de julho, poucas horas após o procedimento.
A 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, responsável pelas investigações, conseguiu imagens que mostraram que Lilian foi levada ao hospital pelo médico e a namorada dele. Segundo os registros médicos, Lilian já teria chegado na unidade com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou como causa da morte uma embolia pulmonar.
Depois que o caso da bancária repercutiu na imprensa, diversos pacientes passaram a denunciar Denis Furtado e sua mãe. Um dos casos que mais chamou a atenção foi o de outra paciente, de Brasília, que teve ferimentos após um procedimento. Em conversa no Whatsapp, Doutor Bumbum recomendou que ela fechasse os ferimentos com uma tesoura quente.
Denis Furtado chegou a ficar foragido por quase uma semana e foi preso preventivamente no dia 19 de julho daquele ano. Contudo, em janeiro de 2019, conseguiu a liberdade provisória. Ele responde judicialmente por homicídio doloso qualificado. Também são rés no processo sua mãe, Maria de Fátima, a técnica de enfermagem Rosilane Pereira da Silva e a secretária Renata Fernandes. Ainda não houve julgamento pelo caso.
Via Repórter MT
Por Camilla Zeni