A notícia de uma cuiabana de 19 anos que contraiu fungos no pulmão após usar narguilé abre um alerta para os riscos que trazem esse cachimbo de origem árabe principalmente entre a juventude brasileira.
O médico pneumologista de Cuiabá, Clóvis Botelho, revela que a inalação da nicotina, com quase 5 mil produtos tóxicos, e a mistura de outras substâncias até cancerígenas no narguilé fez surgir doenças até então desconhecidas à medicina.
O cachimbo árabe deveria ser um fumo à base de água e de tabaco aromatizado, mas tem uma quantidade de monóxido de carbono muito maior ao cigarro comum e foi adaptado com diversas substancias altamente lesivas que o torna mais agressiva numa única sessão.
Segundo o especialista, a nova onda se tornou uma praga entre a juventude e tem causado “lesão aguda pulmonar e inflamação intensa que muitas vezes acabam indo parar na UTI [Unidade de Terapia Intensiva], por conta dessa quantidade de mistura”.
O especialista explica que é como se ao tragar o narguilé o pulmão da pessoa vai queimando por dentro. O que dependendo da profundidade dessa lesão ela vai sofrer mais ou menos. “Uma lesão catastrófica, uma lesão como se fosse uma queimadura no pulmão, nas vias aéreas”.
O usuário do cachimbo está, ainda, sujeito a todos os malefícios de fumar o cigarro tradicional ou mais de 50 doenças como o câncer de pulmão, enfisema, bronquite, fibroses pulmonares, doenças cardíacas, arritmias cardíacas, entre outras.
Os danos à saúde são esperados também no aparelho cardiovascular com o registro de hipertensão, arritmia e doenças coronarianas [do coração]. Que pioram com a adição de substâncias vasoconstritoras que fazem diminuir a circulação sanguínea e fecha os vasos.
“Então, quem tem tendência ou alguma doença prévia, que muitas vezes nem sabe que tem”, assinalou o médico, que cita doenças como infarto, derrame, etc.
Via Repórter MT
Por Sílvia Devaux