O Brasil e outros dez países votaram a favor da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condena a invasão russa à Ucrânia. Somente China, Emirados Árabes Unidos e Índia se abstiveram da votação do texto, redigido pelos Estados Unidos.
A Rússia votou contra o texto e, por ter poder de veto, não permitiu que a resolução entre em vigor. A reunião do colegiado ocorreu na noite desta sexta-feira (25).
Agora, a expectativa é de que o projeto seja analisado na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que conta com 193 membros. Na reunião desta sexta, o Brasil declarou voto favorável ao projeto crítico à Rússia. Veja como votou cada país:
- A favor: Albânia, Brasil, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido;
- Contra: Rússia;
- Abstenções: China, Emirados Árabes Unidos e Índia;
Na primeira manifestação oficial do Brasil condenando a invasão russa à Ucrânia, o embaixador Ronaldo Costa Filho criticou a “gravidade da situação”. “Renovamos nosso apelo pela cessação total das hostilidades, pela retirada das tropas e pela retomada imediata do diálogo diplomático”, afirmou o representante brasileiro.
O Itamaraty expressou “preocupação com a decisão russa de enviar tropas em operações militares em terra, causando perda de vida e perigo à população ucraniana”.
“As preocupações de segurança manifestadas pela Federação Russa nos últimos anos, particularmente em relação ao equilíbrio estratégico na Europa, não dão à Rússia o direito de ameaçar a integridade territorial e a soberania de outro Estado”, disse o embaixador brasileiro.
Retomada dos ataques
Uma série de novas explosões foi ouvida nos arredores de Kiev, capital da Ucrânia, na noite desta sexta-feira (25) –por volta das 2h da madrugada deste sábado (26), no horário local .
As forças armadas ucranianas comunicaram que intensos combates acontecem em torno de Vasylkiv, uma cidade localizada a cerca de 29 quilômetros ao sul da capital.
“Um forte combate está em andamento na cidade de Vasylkiv, na região de Kiev, onde os ocupantes estão tentando desembarcar um grupo”, disseram as forças armadas. As forças russas também estão avançando em direção a Kiev, tanto a partir do norte quanto do leste.
Equipes da CNN norte-americana na capital ucraniana estão relatando fortes explosões a oeste e sul da cidade na manhã deste sábado. O céu, ainda escuro, iluminou-se com uma série de clarões no horizonte.
“Noite difícil”
Em mensagem de vídeo direcionada aos seus conterrâneos pouco antes da retomada dos ataques, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a madrugada será difícil e que as forças russas se dirigirão à Kiev.
“O inimigo usará todas as forças disponíveis para quebrar a resistência dos ucranianos”, afirmou o presidente. Ele complementou dizendo que “temos que nos manter firmes”.
“Nosso principal objetivo é acabar com essa matança. As perdas inimigas são muito graves –hoje foram centenas de soldados mortos que cruzaram nossa fronteira e entraram em nossa terra”, afirmou o presidente, lamentando também a perda de vidas ucranianas.
Apesar de o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não ter sinalizado uma desescalada da operação militar, o porta-voz do presidente ucraniano afirmou que Rússia e Ucrânia estão discutindo um local e horário para negociações.
Embora Zelensky tenha feito um discurso citando uma possível resistência, o porta-voz ucraniano Sergii Nykyforov afirmou, em uma rede social, que ” Ucrânia estava e continua pronta para falar sobre um cessar-fogo e paz”.
Também nesta sexta, o ministério da Defesa polonês anunciou ter enviado um comboio de munição à Ucrânia. É o primeiro carregamento de ajuda militar publicamente reconhecida que chega ao país desde a invasão. Vale lembrar que a Polônia é um dos países-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que está no centro da polêmica envolvendo as nações do Leste Europeu.
No início da noite, os Estados Unidos confirmaram que irão aplicar sanções pessoais ao presidente Vladimir Putin. A decisão, que segue a União Europeia, veio após uma conversa entre o presidente Joe Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O que de mais importante aconteceu nesta sexta-feira
- Os ataques da Rússia contra a Ucrânia entraram no segundo dia. Putin ordenou que as forças russas invadissem completamente o país por terra, ar e mar
- A capital Kiev se prepara nesta sexta-feira para a chegada de tanques russos. Repórter da CNN relatou som de bombas
- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu mais ajuda dos aliados e disse nesta sexta que os ucranianos estão defendendo o país “sozinhos”
- Ministério da Defesa da Ucrânia pede no Twitter a cidadãos de Kiev que façam coquetéis molotov para atacar os russos
- Uefa tira final da Liga dos Campeões da Rússia e Fórmula 1 suspende Grande Prêmio no país
- Em retaliação à decisão do Reino Unido, a Rússia proibiu companhias aéreas britânicas de pousar em seus aeroportos ou cruzar seu espaço aéreo
- Países da Europa acionaram o Artigo 4º da Otan para lançar consultas sobre a situação –o que poderia desencadear uma resposta conjunta
- Níveis de radiação aumentaram após soldados russos tomarem a Usina de Chernobyl
- Assessor do gabinete presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak disse que o objetivo de Putin é matar o presidente Zelensky
- China rebateu críticas de Biden e disse que mantém “comércio normal e cooperação com a Rússia”
- Inteligência dos EUA acredita que Kiev pode cair em dias para as forças russas
- Autoridade da União Europeia diz que bloco irá aplicar sanções diretas contra Putin
- Para ONU, até 5 milhões de ucranianos devem fugir para o exterior
- Kremlin fala em negociar após Zelensky mencionar neutralidade
- Brasil discute com Estados Unidos e China apoio à resolução da ONU que condena invasão
- Otan aciona Força de Resposta pela 1ª vez na história e enviará tropas para Leste Europeu
- Ministério da Defesa polonês envia primeiro carregamento de ajudar militar –comboio de munição– à Ucrânia
- Estados Unidos anunciaram sanções diretas a Putin
- Porta-voz ucraniano afirmou que Rússia e Ucrânia discutem hora e local para negociações
- Estação ucraniana confirma saída de trens especiais com destino ao oeste do país; embaixada brasileira convidou cidadãos brasileiros a deixarem o país utilizando trem
- No Conselho de Segurança da ONU, 11 países votam a favor de resolução, três se abstém e Rússia vota contra
Países emitem declaração conjunta dizendo que Rússia abusou do poder ao vetar resolução da ONU
Cinquenta países emitiram uma declaração conjunta, nesta sexta-feira (25), dizendo que a Rússia abusou de seu poder de veto ao bloquear uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenando a invasão da Ucrânia.
A declaração foi lida em voz alta pela embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, após a reunião. Ela foi acompanhada por representantes de muitos dos países que assinaram a declaração.
Onze países votaram a favor da resolução (Albânia, Brasil, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido). China, Índia e Emirados Árabes se abstiveram.
Números da guerra
O Ministério de Defesa da Ucrânia afirmou que suas forças armadas mataram mais de 1.000 soldados russos desde que a invasão começou.
“A Rússia não sofreu um número tão grande de baixas durante este período de hostilidades em todo o período de sua existência em nenhum dos conflitos armados que iniciou”, diz uma publicação nas redes sociais do ministério.
Ainda segundo a pasta, 30 tanques, sete aeronaves e seis helicópteros do exército russo foram abatidos.
Segundo afirmou o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, durante reunião do Conselho de Segurança, mais de 140 pessoas foram mortas do lado ucraniano e outras 360 ficaram feridas durante o primeiro dia de invasão russa. Ainda não foi divulgado um número oficial do segundo dia de confronto.
Dos cerca de 500 brasileiros que vivem na Ucrânia, 180 procuraram a embaixada do Brasil no país para pedir ajuda ou informações, segundo comunicado do Itamaraty. A procura tem aumentado consideravelmente –na quarta-feira (23) o número era de 93.
Na Ucrânia, a população se divide entre se proteger em estações de metrô adaptadas como bunkers e tentar sair da região rumo ao oeste. Longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev. O presidente ucraniano convocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.
Regiões da Ucrânia que registraram bombardeios da Rússia
Zelensky conversou com Biden sobre sanções e assistência à defesa
O presidente da Ucrânia discutiu o fortalecimento de sanções, assistência à defesa e uma coalizão antiguerra com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta sexta. “Grato aos EUA pelo forte apoio à Ucrânia!”, escreveu Zelensky nas redes.
Segundo a Casa Branca, a ligação entre os dois líderes durou certa de 40 minutos.
Tropas russas rumo à Kiev
Mais cedo nesta sexta, o prefeito da capital ucraniana, Vitali Klitschko, afirmou que cinco explosões já haviam sido ouvidas perto de uma estação de energia na cidade por entre três e cinco minutos.
Klitschko acrescentou que as pontes da cidade foram tomadas sob proteção e controle especial, pois as tropas russas estão se aproximando, enquanto postos de controle estão sendo instalados perto de objetos estratégicos da cidade.
O assessor do Ministério do Interior ucraniano, Anton Herashchenko, afirmou que as forças de Kiev estão prontas para a defesa com mísseis antitanque fornecidos por aliados estrangeiros.
“A Rússia foi atingida ontem por sanções, mas não são suficientes para tirar as tropas estrangeiras de nosso solo. Às 4 da manhã, as forças russas resumiram seus ataques com mísseis no território da Ucrânia”, declarou.
Otan diz ter destacado Força de Resposta
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta sexta-feira que a aliança mobilizou, pela primeira vez, a Força de Resposta devido à guerra instaurada pela Rússia na Ucrânia. “Estamos mobilizando a Força de Resposta da Otan pela primeira vez no contexto da defesa coletiva”, disse.
Stoltenberg afirmou que tropas estão sendo movimentadas por terra, mar e ar. “Faremos o que for necessário para proteger nossos aliados”, afirmou.
Segundo ele, a Otan também continuará enviando armas para a Ucrânia. Stoltenberg reforçou que a Otan irá garantir que não haja uma crise ainda maior na Europa e que a aliança está pronta para “proteger cada aliado e cada centímetro do território” dos países integrantes.
A ativação das tropas de resposta não significa que soldados dos EUA ou da Otan irão para a Ucrânia, que não é membro da aliança. Ela tem o potencial de envolver até 40 mil militares.
De acordo com a Otan, trata-se de “força multinacional altamente preparada e tecnologicamente avançada composta por componentes terrestres, aéreos, marítimos e Forças de Operações Especiais que a aliança pode mobilizar rapidamente, sempre que necessário”.
Defesa de Kiev começou, diz prefeito
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que a capital ucraniana “entrou em uma fase defensiva”, pois as tropas russas trouxeram os sons da guerra para a cidade.
A cidade entrou numa fase defensiva. Tiros e explosões estão soando em alguns bairros em que os sabotadores já entraram em Kiev. O inimigo quer colocar a capital de joelhos e nos destruir
Vitali Klitschko. prefeito de Kiev
Ucrânia considera manter conversas com delegação russa
A Ucrânia “está considerando a proposta” de manter conversas com a delegação diplomática russa em Minsk –que, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, está pronta para ir à capital de Belarus estabelecer novas conversas sobre a guerra. A informação foi passada à CNN pelo conselheiro presidencial ucraniano, Oleksiy Arestovych.
“Não temos medo de falar com a Rússia, não temos medo de falar sobre tudo, sobre garantias de segurança para nosso país. Não temos medo de falar sobre status neutro”, acrescentou Zelensky.
Mais cedo, um assessor do gabinete da presidência do país afirmou, no entanto, que os russos trabalhavam com a hipótese de que um dos objetivos da guerra era matar o presidente ucraniano.
O cenário básico da operação especial da Rússia é claro. O único objetivo é tomar Kiev e matar as autoridades da Ucrânia, o presidente Zelensky pessoalmente
Mykhailo Podolyak, assessor do gabinete da presidência do país
Rússia diz que Putin pode negociar com Zelensky
O Kremlin anunciou que o presidente Vladimir Putin concordou em abrir negociações com o governo ucraniano após o presidente do Volodymyr Zelensky dizer que está pronto para discutir a “neutralidade da Ucrânia”.
Putin ligou para Aleksandr Lukashenko, presidente de Belarus, para organizar conversas com a Ucrânia, finaliza a mensagem do Kremlin sobre o assunto.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse em uma coletiva de imprensa nesta sexta que Moscou estará pronta para conversar com Kiev, mas apenas quando os militares da Ucrânia abandonarem suas armas.
Embaixada brasileira confirma trem saindo de Kiev
A embaixada brasileira em Kiev comunicou aos cidadãos brasileiros e latino-americanos que um trem sairia nesta sexta-feira (25) às 22h da Estação Central da capital com destino à cidade de Chernivtsi, no oeste da Ucrânia.
Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores afirmou estudar realizar plano de retirada dos brasileiros que estão na Ucrânia por meio terrestre em direção à Polônia, localizada ao oeste do território ucraniano.
Na quinta (24), o Itamaraty disse disse não existir condições, naquele momento, de fazer uma ação de resgate no país.
Putin pede que militares ucranianos assumam poder
Apesar da possibilidade de negociação, Putin pediu às Forças Armadas da Ucrânia que assumam o poder no país, um dia depois de lançar uma invasão contra o país vizinho.
“Mais uma vez eu apelo aos militares das Forças Armadas da Ucrânia: não permitam que neonazistas e nacionalistas radicais ucranianos usem suas crianças, esposas e idosos como escudos humanos”, disse Putin em discurso televisionado durante reunião com seu conselho de segurança.
Tomem o poder em suas próprias mãos. Será mais fácil para nós chegarmos a um acordo
Vladimir Putin
Putin acrescentou que os militares russos na Ucrânia estão agindo “bravamente, profissionalmente e heroicamente”.
Kiev pode cair em dias, diz Inteligência dos EUA
Autoridades de inteligência dos EUA estão preocupadas que Kiev possa cair sob controle russo dentro de dias, segundo relataram nesta sexta duas fontes familiarizadas com as informações mais recentes.
As fontes do governo norte-americano acreditam que a Rússia está enfrentando uma resistência das forças ucranianas mais duras do que o previsto. Entretanto, os Estados Unidos não deram uma data exata na qual acreditam que Kiev cairá.
Serviços de inteligência ocidentais avaliam que o plano da Rússia é derrubar o governo em Kiev e instalar um comando amigável à Rússia –mas eles ainda não sabem se Putin tentará ocupar e manter o território ucraniano depois, uma das fontes familiarizadas com a Inteligência disse à CNN.
“Façam coquetéis molotov”, pede Defesa da Ucrânia
O perfil oficial do Ministério da Defesa da Ucrânia no Twitter pediu que a população do distrito de Obolon, a noroeste de Kiev, capital do país, faça coquetéis molotov para neutralizar possíveis invasores na região.
Pedimos aos cidadãos que informem sobre a circulação dos equipamentos! Faça coquetéis molotov, neutralize o ocupante! Moradores pacíficos, tenham cuidado! Não saiam de casa
Ministério da Defesa da Ucrânia
Autoridades de Kiev reforçaram aos moradores de Obolon a recomendação de ficarem fora das ruas, devido à aproximação de “hostilidades ativas”.
Ucranianos fazem filas para pegar em armas, diz ex-presidente
O ex-presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, que comandou o país de 2014 a 2019, disse em entrevista à CNN que os ucranianos fizeram filas nos últimos dias para pegar em armas e ajudar a bloquear o avanço das tropas da Rússia.
Ele também mostrou um fuzil AK-47, que chamou de “sua assistente”, e disse que seu batalhão tem outras armas, apesar de não dispor de equipamentos pesados para enfrentar tanques russos.
Ucrânia acusa Belarus de tentar hackear e-mails privados de militares ucranianos
Hackers que trabalham para o Ministério da Defesa de Belarus enviaram uma “massa” de e-mails de phishing tentando comprometer as contas de e-mail privadas de militares ucranianos e seus associados, alegaram autoridades ucranianas.
Não ficou imediatamente claro o quão bem-sucedidas as tentativas dos hackers foram, mas elas podem fornecer informações úteis aos serviços de inteligência de Belarus e, por sua vez, às forças russas enquanto atacam a capital ucraniana, Kiev.
Depois de violar uma conta de e-mail, os hackers enviam mensagens adicionais para os contatos para propagar a campanha, disse a Equipe de Resposta a Emergências de Computadores do governo ucraniano em um post no Facebook.
Sanções diretas contra Putin
A União Europeia vai aplicar sanções econômicas diretas contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.
A informação foi confirmada por uma autoridade do bloco. A intenção é congelar os ativos mantidos na Europa por Putin e Lavrov.
Enviados da União Europeia estão reunidos hoje em Bruxelas, na Bélgica, para definir os detalhes das sanções contra Moscou.
No início da noite de hoje (25), os Estados Unidos também confirmaram que irão aplicar sanções pessoais ao presidente Vladimir Putin. A decisão veio após uma conversa entre o presidente Joe Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“Os Estados Unidos se juntarão a eles para sancionar o presidente Putin e o ministro das Relações Exteriores Lavrov e membros da equipe de segurança nacional russa”, disse. “Espero que tenhamos detalhes mais específicos ainda esta tarde.”
ONU: 5 milhões de ucranianos devem fugir para o exterior
Combustível, dinheiro e suprimentos médicos estão acabando em partes da Ucrânia após a invasão da Rússia, que pode levar até cinco milhões de pessoas a fugir para o exterior, disseram agências de ajuda da ONU.
Pelo menos 100.000 pessoas estão desabrigadas dentro da Ucrânia depois de fugir de suas casas, enquanto outros milhares já cruzaram a fronteira para países vizinhos, incluindo Moldávia, Romênia e Polônia, disse o porta-voz da agência de refugiados da ONU, Shabia Mantoo, em um comunicado da ONU em Genebra.
Espaço aéreo segue fechado
Por causa dos ataques, o espaço aéreo da Ucrânia continua fechado. Autoridades temem que aeronaves com civis possam ser atingidas por armas russas.
“Devido ao alto risco para a segurança da aviação, a Empresa Ucraniana de Serviços de Tráfego Aéreo (UkSATSe) decidiu fechar temporariamente o espaço aéreo da Ucrânia para a aviação civil”.
Abaixo, confira reprodução da Flight Aware de como foi a movimentação dos aviões na quinta-feira (24):
Radiação em Chernobyl
A agência nuclear da Ucrânia informou que está registrando um aumento nos níveis de radiação do local da extinta usina nuclear de Chernobyl.
Os russos tomaram Chernobyl na quinta-feira (24): autoridades ucranianas confirmaram que as forças russas ultrapassaram o local do pior desastre nuclear do mundo. A Casa Branca condenou a Rússia por “relatos confiáveis” de que funcionários civis da usina de Chernobyl, no norte da Ucrânia, foram feitos reféns.
Fórmula 1 suspende Grande Prêmio da Rússia
A Fórmula 1, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e as equipes das escuderias anunciaram, nesta sexta-feira (25), que a realização do Grande Prêmio da Rússia desta temporada está suspensa.
Em comunicado conjunto, os envolvidos explicaram que houve uma reunião na noite de quinta-feira (24) e a conclusão foi de que “é impossível realizar o GP da Rússia nas circunstâncias atuais”.
Uefa muda final da Liga
Após reunião do Comitê Executivo da Uefa, a entidade decidiu por transferir a final da Champions League, marcada para o dia 28 de maio.
O jogo que até então aconteceria em São Petersburgo, na Rússia, agora acontecerá no Stade de France, em Paris.
“A Uefa deseja expressar os seus agradecimentos e apreço ao Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, pelo seu apoio pessoal e empenho em transferir o jogo mais prestigiado do futebol europeu de clubes para França num momento de crise sem precedentes”, informou a instituição em nota.
Retaliação do Kremlin ao Reino Unido
A Rússia proibiu companhias aéreas britânicas de pousar em seus aeroportos ou cruzar seu espaço aéreo, informou o órgão regulador russo de aviação civil. A medida segue a proibição de Londres aos voos da transportadora de bandeira russa Aeroflot imposta em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.
O primeiro-ministro Boris Johnson anunciou a proibição na quinta-feira (24) no parlamento e a Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido disse que suspendeu a permissão de transporte estrangeiro da Aeroflot.
Papa Francisco vai à embaixada da Rússia
O papa Francisco foi à embaixada da Rússia no Vaticano manifestar preocupação com a guerra na Ucrânia. O pontífice ficou no local por cerca de meia hora, segundo a Santa Sé.
O papa iria no próximo domingo (27) para Florença, na Itália. Com dores agudas no joelho, a viagem foi cancelada por recomendação médica. Francisco também não irá presidir as celebrações da Quarta-feira de Cinzas, no próximo dia 2, que marca o início da Quaresma. Segundo o Vaticano, o médico do Papa recomendou maior período de descanso.
Putin conversa com Xi Jinping
Vladimir Putin disse ao presidente chinês Xi Jinping, durante uma ligação nesta sexta, que a Rússia está disposta a manter conversas de alto nível com a Ucrânia. Segundo a CCTV, televisão estatal chinesa, Xi teria expressado apoio aos “os esforços de se resolver a situação pelo diálogo”.
“A Rússia está disposta a conduzir negociações de alto nível com a Ucrânia”, declarou Putin.
“Os Estados Unidos e a Otan há muito ignoram as preocupações de segurança razoáveis da Rússia, repetidamente renegaram seus compromissos e continuaram a avançar no deslocamento militar para o leste, desafiando os resultados estratégicos da Rússia”, disse o russo ao líder chinês.
China diz que mantém “comércio normal e cooperação com a Rússia”
O Ministério das Relações Exteriores da China reagiu nesta sexta-feira (25) contra o comentário do presidente dos EUA, Joe Biden, de que qualquer país que apoiasse a invasão da Rússia seria “manchado por associação”. Ao também responder crítica da Austrália sobre manter relações comerciais com a Rússia, o país afirmou que se baseia em “mútuo respeito”.
O porta-voz do ministério, Wang Wenbin, fez as declarações em uma coletiva de imprensa diária. Segundo representante do órgão, a China conduz um “comércio normal e cooperação com a Rússia”.
“A China se opõe a todas as sanções ilegais e unilaterais e espera que as partes relevantes lidem com questões relacionadas à China de maneira que não prejudique a China”
Wang Wenbin, porta-voz do ministério
“Preço do setor energético e inflação devem aumentar”, diz presidente do Banco Central Europeu
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25), que o conselho da instituição vem discutindo a possibilidade de aumento da inflação devido à invasão e à guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em relação à inflação, nós avaliamos que o preço do setor energético deve aumentar nas próximas semanas e meses, o que vai levar ao aumento da inflação. Nós provavelmente teremos algumas mudanças no consumo que acabarão atrapalhando o crescimento
Christine Lagarde
Ela destacou, no entanto, que qualquer previsão conclusiva da inflação neste momento é precipitada.
“Estamos atualizando a nossa progressão para o crescimento da inflação na reunião do conselho. Qualquer número que apareça agora ainda é prematuro, porque é uma situação que está em evolução, os números ainda serão definidos e apresentados corretamente”.
Rússia reprime protestos
A polícia da Rússia deteve só na quinta-feira (24) mais de 1.600 russos que protestaram contra a operação militar na Ucrânia, enquanto as autoridades ameaçaram bloquear reportagens da mídia que contenham o que Moscou descreveu como “informação falsa”. Ao menos 44 cidades registraram manifestações contra a ofensiva russa contra o território ucraniano.
Em atos de dissidência cautelosa, mas incomum no país, estrelas pop russas, jornalistas, um comediante de televisão e um jogador de futebol se opuseram à guerra on-line depois que o presidente Vladimir Putin lançou uma invasão da Ucrânia nas primeiras horas desta quinta-feira (24).
Falando na Casa Branca na parte da tarde, Joe Biden disse que o governo americano, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e demais aliados limitariam a capacidade da Rússia de fazer negócios em dólares e outras moedas com o objetivo de impor “custos fortes agora e ao longo do tempo”.
Joe Biden anunciou “maiores sanções da história” contra Rússia
O primeiro pronunciamento oficial do presidente norte-americano deu conta de anunciar que EUA e aliados iriam impor sanções históricas contra a Rússia, como o esperado e previamente anunciado. Biden classificou o ataque como “não provocado e sem necessidade” e disse que o presidente Putin “será um pária no cenário internacional”.
“Sancionamos seus bancos, cortamos seus maiores bancos, um terço está fora do sistema econômico. O segundo maior banco da Rússia foi sancionado também”, disse. “Enquanto apertamos sua capacidade de recuperação, cortaremos mais da metade da sua força”.
Não haverá, no entanto, emprego de tropas dos Estados Unidos na região neste momento, afirmou Biden. “Nossas forças não irão lutar no território ucraniano, mas defenderemos nossos aliados. A boa notícia é que a Otan está mais unida e determinada que nunca com nossos compromissos”.
“Ninguém esperava que as sanções iriam impedir o que está acontecendo, isso levará tempo, ele testará se nós continuaremos unidos, e nós iremos. As sanções serão tão fortes quanto as balas e mísseis da Rússia na Ucrânia”, continuou.
A CNN teve acesso ao projeto de resolução que os Estados Unidos apresentaram nesta quinta-feira (24) aos demais países do Conselho de Segurança da ONU, dentre os quais o Brasil. O documento tem duas páginas e é dividido em 20 tópicos. A proposta ainda está em negociação e pode sofrer alterações.
Aqui estão algumas das sanções anunciadas:
- Limitar a capacidade da Rússia de fazer negócios em dólares, euros, libras e ienes para fazer parte da economia global;
- Limitar capacidade de financiar e aumentar as forças armadas russas;
- Prejudicar sua capacidade de competir na economia de alta tecnologia do século 21;
- Sanções contra bancos russos que juntos detêm cerca de US$ 1 trilhão em ativos.
Biden também avaliou que o presidente russo desejava uma “nova União Soviética”, mas que as “escolhas” dele com esta guerra deixariam “o mundo mais forte”. “Putin é o agressor, Putin começou essa guerra, e ele sofrerá as consequências”, disse.
Bolsonaro sobre posição do Brasil: “Decisão é minha”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na quinta-feira (24), que é sua a decisão sobre o posicionamento do Brasil frente à guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Quem fala pelo país é o presidente e o presidente se chama Jair Messias Bolsonaro. Quem tem dúvida disso basta procurar o Artigo 84 [da Constituição Federal]. Quem está falando isso está falando sobre o que não lhe compete”, disse Bolsonaro em transmissão pelas redes sociais.
A fala acontece após o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) declarar que os países do Ocidente devem usar a força em apoio aos ucranianos.
600 mil ucranianos no Brasil estão aflitos sem notícias de familiares, diz cônsul
O cônsul-honorário da Ucrânia em São Paulo, Jorge Rybka, falou à CNN sobre a situação dos ucranianos no Brasil após os ataques executados pela Rússia ao país do Leste Europeu.
De acordo com o cônsul, a comunidade ucraniana no Brasil é representada por mais de 600 mil pessoas que estão “aflitas” por notícias de familiares que vivem no país.
“Buscamos ainda a paz, a diplomacia, o que for possível. Pedimos que haja o retrocesso dessa invasão territorial”, disse Rybka.
Brasil discute com EUA e China apoio à resolução da ONU
O Brasil discute com os Estados Unidos e a China apoiar resolução da ONU (Organização das Nações Unidas) que condena a invasão da Rússia à Ucrânia.
Segundo o relato à CNN de duas fontes do Palácio do Itamaraty, a tendência é o apoio à medida, que deve ser anunciada nesta sexta-feira (25).
Os detalhes da iniciativa têm sido discutidos pelo ministro da Relações Exteriores, Carlos França. Informações de Gustavo Uribe.
Sanções vão erodir base industrial russa, diz von der Leyen
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que um próximo pacote de sanções da União Europeia atingirá severamente a economia da Rússia, aumentando a saída de capital, elevando a inflação e erodindo gradualmente sua base industrial.
“Essas sanções vão suprimir o crescimento econômico da Rússia, aumentar os custos dos empréstimos, aumentar a inflação, intensificar a saída de capital e corroer gradualmente sua base industrial”, disse ela a repórteres em Bruxelas, acrescentando que a UE também pretende limitar o acesso da Rússia a tecnologia.
Vamos cobrar Putin por sua agressão, diz Boris Johnson
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou um pacote de sanções econômicas à Rússia. Dentre as medidas, estão congelamento financeiro e banimento de exportações.
“Esses poderes vão nos permitir excluir os bancos russos do sistema financeiro do Reino Unido, que é o maior da Europa, impedindo-os de acessar e fazer pagamentos através do Reino Unido”, declarou. “Vamos criar uma nova legislação para banir a exportação de itens para a Rússia, incluindo itens tecnológicos, componentes tecnológicos, em setores na área de eletrônica, telecomunicação e setor aeroespacial”.
Também foi anunciada a suspensão de financiamento e empréstimos para empresas russas, além de limitação do número de verbas que poderão depositar em contas bancárias britânicas. Segundo o premiê, as medidas também serão aplicadas à Belarus – alinhada a Putin.
“Ataque mais sério à paz” em décadas, diz Macron
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse durante um discurso que a agressão contra a Rússia contra a Ucrânia constitui “o ataque mais sério à paz e à estabilidade na Europa em décadas”.
“Ao escolher a guerra, o presidente Putin não atacou apenas a Ucrânia”, disse ele. “Ele decidiu realizar o mais sério ataque à paz e à estabilidade na Europa em décadas”, disse. “Estes eventos são um ponto de viragem na história da Europa e do nosso país. Terão consequências duradouras e de longo alcance nas nossas vidas, na geopolítica do nosso continente”, complementou.
Como outros líderes europeus, Macron afirmou que as sanções europeias terão como alvo os setores militar, econômico e energético da Rússia.
Países da Europa ocidental acionam Artigo 4º da Otan
Países membros da Otan na Europa Oriental – Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia – acionaram o Artigo 4º da organização para lançar consultas dentro da aliança sobre o ataque da Rússia à Ucrânia.
De acordo com o site da OTAN, a consulta ao abrigo do Artigo 4º pode levar a uma ação coletiva entre os 30 estados membros. “As partes se consultarão sempre que, na opinião de qualquer uma delas, a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes estiver ameaçada”, diz o artigo 4º do tratado.
Bélgica pede que União Europeia pare de emitir vistos para russos
A Bélgica quer que a União Europeia pare de emitir vistos para todos os cidadãos russos, incluindo estudantes, trabalhadores e turistas, disse o ministro do Asilo e Imigração, em resposta ao ataque de Moscou à Ucrânia.
“O ataque imprudente da Rússia nos obriga a ter cuidado com os russos que desejam vir para a Bélgica”, disse a autoridade belga, Sammy Mahdi, em comunicado. “No momento, os russos não são bem-vindos aqui, uma proibição geral de visto para russos não deve ser um tabu”, disse ele, acrescentando que isso deve afetar estadias de curto e longo prazo.
Como foi o primeiro dia da guerra
Os ataques que se seguiram ao longo do dia foram flagrados por equipes da CNN em Kiev. Logo pela manhã, o repórter da CNN Brasil, Mathias Brotero, relatou ter ouvido barulhos que podem ser de explosões.
Os cidadãos de Kiev iniciaram um movimento de tentar sair da cidade. Na manhã de quinta, foram registradas longas filas de carros na capital ucraniana. O trânsito intenso tinha como direção o Oeste, longe de onde as explosões foram ouvidas pela manhã, com poucos carros indo para o Leste.
Estações de metrô na cidade de Kharkiv, no leste ucraniano, viraram abrigo para moradores em meio à invasão de tropas da Rússia. Próxima da fronteira, a cidade foi alvo de bombardeio nesta quinta.
“É absolutamente surreal. Ontem, isso estaria cheio de passageiros indo e voltando para o trabalho. Hoje, tornou-se um abrigo antiaéreo improvisado”, relatou a principal correspondente internacional da CNN, Clarissa Ward.
A repórter informou que ela e sua equipe estavam do lado de fora quando então ouviram uma “série de baques”. “As pessoas começaram a entrar aqui… Essas pessoas estão assustadas. Estão confusas. Estão desesperadamente incertas sobre o que devem fazer, por quanto tempo podem se abrigar aqui, para onde vão a partir daqui”.
Em entrevista à CNN, Alexandre Bruzzi, brasileiro residente em Kiev, relata a situação da capital da Ucrânia durante a madrugada desta quinta-feira (24), após invasão de tropas russas no país.
“Estou um pouco distante do centro de Kiev. A gente só armazenou suprimentos, passaporte, utensílios que vão ajudar a gente no momento mais sério de fuga. Estamos tensos, seguindo orientações das autoridades locais, que pediram pra gente ficar em casa para não existir pânico”, disse Bruzzi.
Apelo similar foi feito por jogadores de futebol brasileiros dos times de Shakthtar Donetsk e Dinamo de Kiev, que pediram ajuda pelas redes sociais para saírem da Ucrânia.
Em um vídeo gravado ao lado de suas esposas e filhos, um dos jogadores diz que eles deixaram suas casas e foram para um hotel, mas, com o espaço aéreo e as fronteiras fechadas, não conseguem deixar Kiev. “A gente pede muito apoio ao governo do Brasil para que possa nos ajudar”, afirma.
Zelensky: Vamos prover armas a todos que quiserem
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, concedeu uma entrevista coletiva liberando o uso de armas para “defender o território“. Ele pediu doação de sangue e afirmou que todos que estivessem preparados para defender o país deveriam se apresentar às forças militares.
Não temos oponentes políticos agora. Somos todos cidadãos de um país maravilhoso e defendemos nossa liberdade… Nós temos armas defensivas para defender nossa soberania… Qualquer pessoa, esteja pronta para defender seu Estado em praças ou cidades
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia
Via CNN