Há dois anos, Daiana Medrado Santos, 36, começou a cuidar do pequeno Wesley, que, na época, tinha apenas cinco meses. Como a mãe do menino trabalhava à noite e viajava muito, a babá, que mora no Alto do Taquari (MT), a cerca de 480 km de Cuiabá, ficava com ele 24 horas por dia. Daiana estava acostumada com essa rotina, já que cuida de mais duas crianças, que também ficam com ela em tempo integral, mas que as mães visitam constantemente. No início, a mãe de Wesley também ia ver o filho pelo menos aos fins de semana. No entanto, essas visitas foram ficando cada vez menos frequentes. “Já faz um ano que ela não vê o menino pessoalmente”, diz Daiana, em entrevista a CRESCER.
Segundo a babá, a mãe da criança estava morando em outra cidade e, algumas vezes, ligava via chamada de vídeo para conversar com o menino. “Ela começou a se afastar mais quando engravidou novamente. Chegou a morar em Taquari e passar em frente à minha casa, mas não vinha ver o filho”, conta. Além disso, a mãe parou de fazer os pagamentos para Daiana, que só recebeu por três meses de serviço.
Com o tempo, a situação começou a ficar mais complicada, principalmente no caso das viagens. Já que não tinha uma autorização legal para ficar com o bebê, a babá não podia sair da cidade com ele. “Ele vive gripado. Se ele piorasse e precisasse ir para outra cidade [para obter atendimento médico], eu não conseguiria ir”, diz Daiana.No início deste ano, ela recebeu a visita do Conselho Tutelar que a orientou a pedir a guarda do menino, pois, caso contrário, ele teria que ir para um abrigo. Foi então que a babá foi ao Fórum do Alto de Taquari e conseguiu a guarda provisória da criança. O Conselho Tutelar confirmou à CRESCER que fez a visita com intuito de orientá-la sobre os procedimentos jurídicos. Segundo informações do portal de notícias LIVRE, o pedido de guarda foi realizado no dia 4 de fevereiro e segue em segredo de justiça.
Quando pensou que a situação estava quase resolvida, Daiana teve uma nova surpresa. Semana passada, a mãe de Wesley ligou e disse que viria buscar o filho. “Eu falei que ela poderia vir, mas nós teríamos que ir ao Fórum, porque eu tinha feito um pedido de guarda. Ela ficou transtornada”. Logo depois, a mãe fez um boletim de ocorrência em Campo Novo dos Parecis (MT), cidade a mais de 800 km de distância de Alto Taquari. No BO, ela relata que foi impedida de ver o filho pela babá.
Daiana diz que ficou sabendo do Boletim de Ocorrência pelo Conselho Tutelar. “Eu nunca a impedi de ver o filho, só queria resolver essa situação”, afirma. Segundo a babá, ela recebeu uma nova ligação da mãe do Wesley falando que iria buscar o filho e que a guarda provisória não valia nada. “Mas, eu conversei com a minha advogada e fui orientada a não entregá-lo, porque sou responsável pelo menino”, explica.
A babá diz também que a criança já está acostumada com ela e inclusive a chama de mãe. Daiana também contou que, recentemente, o pai do menino saiu da prisão e deseja ver o filho. Para ela, isso teria sido um dos motivos para que a mãe voltasse depois de um ano. “Eles brigam muito e ela não quer que ele veja o filho”, diz.
CRESCER entrou em contato também com a mãe do Wesley, que não quis se identificar disse que não quer comentar o caso.
Via Crescer