O vídeo é curtinho, são apenas 9 segundos, mas são 9 segundos curiosos e, ao mesmo tempo, emocionantes, que mostram a chegada de uma nova vida. Miguel nasceu empelicado, no dia 20 de novembro, em Vilhena, através de uma cesárea. Ele chegou com a bolsa amniótica ainda intacta, antes do rompimento. Na imagem (veja vídeo no fim da reportagem), é possível ver o bebê tranquilo, dormindo, aconchegado dentro dela. No momento em que o médico a rompe, ele imediatamente solta um chorinho.
O vídeo, publicado pela mãe, Andressa Nunes Rodrigues, 18 anos, fez sucesso nas redes sociais. “Não esperava que viralizasse dessa forma. Ontem, quando meu marido, Vitor Ferreira, 20 anos, e eu vimos, ele já estava sendo compartilhado em todos os cantos, estados e cidades. Ficamos muito felizes! Postamos como forma de agradecimento a Deus por termos tido o privilégio de viver esse momento, afinal, segundo o nosso obstetra, apenas 1 bebê a cada 80 mil nasce dessa forma. Com certeza, ele já nasceu fazendo a diferença”, contou, orgulhosa, em entrevista à revista CRESCER. “Depois que o vídeo viralizou, meu médico disse que muitas mulheres o procuraram, pedindo um parto assim. Mas ele explicou que não é qualquer bebê que nasce empelicado”, completou.
Miguel é o primeiro filho do casal e a mãe contou como foi o período da gestação: “A gravidez foi abençoada. Não tive nenhuma complicação e trabalhei até o último dia”, destacou Andresssa. “Ele nasceu com 38 semanas e dois dias. Eu queria cesárea e o parto estava marcado para o dia 25 de novembro, mas no dia 20, entrei em trabalho de parto. Mesmo assim, mantive meu desejo de fazer cesárea”, acrescentou.
Ela ainda falou sobre o sentimento que teve com a chegada do filho. “Eu nunca tinha visto nada parecido. Nossa, nem sei dizer o que eu senti! Foi um momento muito especial. Ele já nasceu brilhando! Foi maravilhoso, foi muito emocinante! Meu marido e eu caímos no choro, foi indescritível. Ficamos paralisados”, finalizou a mãe.
MEME
A cena envolvendo o pequeno vilhenense foi tão tocante que o humorista Rafael Portugal, do grupo “Porta dos Fundos”, usou a imagem para compartilhar o fenômeno e fazer graças nas redes sociais (VEJA NUMA DAS IMAGENS SECUNDÁRIAS).
ENTENDA O PARTO EMPELICADO
Na maioria dos casos, o saco amniótico, também conhecido como bolsa, se rompe durante o trabalho de parto, pouco depois de a mulher sentir as primeiras contrações. Porém, em algumas situações raras, isso não acontece e o bebê nasce ainda envolto pela fina, mas resistente membrana que o manteve imerso em líquido amniótico durante os nove meses de gestação. Os partos que ocorrem dessa maneira são conhecidos como empelicados e estima-se que aconteçam 1 vez a cada 80 mil nascimentos.
Segundo a ginecologista e obstetra Paola Fasano, do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo, os médicos ainda não sabem explicar porque esse tipo de parto ocorre, mas ele não traz nenhum risco, nem para a mãe nem para o filho. Muito pelo contrário, tanto a bolsa quanto o líquido amniótico protegem o bebê das contrações muito fortes do útero, diminuindo os riscos de traumas por meio do canal vaginal.
Os partos empelicados podem ocorrer também durante cesáreas e são desejados pelos médicos quando a mãe tem alguma doença infecciosa, como HIV, pois o saco amniótico impede o contato direto do bebê com o sangue materno. Em diversas culturas e relatos que vêm desde os tempos medievais, nascer dentro do saco amniótico é considerado um sinal de boa sorte para o bebê.
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