Em desabafo publicado ontem nas redes sociais, a esposa do comerciante Alef Júnior Custódio de Moura, que morreu na madrugada de segunda-feira, 21, no Hospital de Emergência e Urgência de Rondônia (Heuro), em Cacoal, fez revelações espantosas sobre o caso.
O Planeta Folha noticiou o falecimento e explicou o diagnóstico do jovem comerciante, que era portador de uma enfermidade rara e saiu de Vilhena intubado após sofrer uma parada cardíaca. (Reveja a notícia aqui)
Ao comentar a morte do marido, Camila de Lima Lopes de Moura relatou o sofrimento da família e prometeu lutar por justiça, apontando o que seriam negligências no atendimento a Alef, inclusive a demora na chega do medicamento prescrito a ele.
LEIA ABAIXO, na íntegra:
“Venho aqui com o coração doendo, fazer o meu desabafo: no dia 09 desse mês, quarta-feita de manhã, meu esposo Alifer Junior estava com fraqueza no corpo e parou de sentir seus membros inferiores. No horário de almoço foi até a UPA, tomou 2 injeções e voltou pra casa, a tarde começou a piorar, Alifer já não sentia mais seus pés e suas mãos e não tinha forças nem pra abrir a porta do carro, voltamos para a UPA e de lá fomos pro Regional dando entrada às 18:00h de quarta-feira. Colheram o seu sangue a após quase 3 horas de espera (quanto mais as horas passavam mais ele perdia o sentido de seu corpo), veio o resultado; colesterol e diabete tudo normal, mas o clínico de plantão disse que iria interná-lo para que no outro dia o neurologista analisasse o seu caso. Durante a noite, Alifer passou mal, não conseguia nem engolir água, e na quinta-feira o seu caso se agravou. Josiane Gebaula sua mãe e Neuza De Lima Lopes Lima sua sogra estavam com ele no hospital, conforme ele passava mal, elas pediam pro médico e enfermeiras que pelo amor de Deus fossem ver o que estava acontecendo, mas não davam a mínima, (o neuro ainda não tinha aparecido), até que deu uma parada respiratória, aí apareceram médicos e enfermeiras de todo canto já o levando pra sala vermelha, e assim entubando ele. O neuro encaminhou com urgência pro hospital Heuro de Cacoal dando o diagnóstico da Síndrome de Guillain Barre, e o nome do tratamento. Chegando em Cacoal, Alifer ficou do mesmo jeito que saiu daqui, sem exames, sem tratamento; no sábado tiraram o líquor da coluna que segundo a médica plantonista estava descartada a hipótese de ser a Síndrome, somente na segunda-feira dia 14, após algumas pressões, foram pedir exames de sangue informando que os resultados viriam após 10 dias. Conforme os dias iam passando, a nossa angústia aumentava. Na quinta-feira dia 17 tiraram novamente o líquor da coluna, e na sexta-feira foi diagnosticado com uma variante rara dessa mesma Síndrome, até então ficamos mais aliviados por terem descoberto e esperançosos com a sua cura. No sábado tiraram a intubação e fizeram uma traqueostomia. Quando entrei para a visita senti ele quente e mais abatido, o doutor disse que estava com febre e que não era um bom sinal, mas pra mim ele já estava com o devido tratamento da imunoglobiba (medicação caríssima), mas o médico informou que tinha feito a solicitação, porém não tinha previsão de chegada devido as BR estarem fechadas. Como assim? O medicamento poderia vir por avião também. Era só ter solicitado. Ficamos desesperados implorando ajuda pra políticos, começamos a pressionar o hospital a mostrar a prova de que realmente tinham pedido a medicação, mas o hospital se negou. No domingo novamente Alifer com febre e sem a medicação necessária e na madrugada de domingo para segunda recebemos a pior notícia de nossas vidas, o seu falecimento. É revoltante saber que ele ficou 10 dias numa UTI sem o devido tratamento, agora lutarei por justiça, pois muitas vidas se vão por negligências. Nada vai diminuir a minha dor e trazer ele de volta, mas não vou deixar imune o que fizeram com meu marido, ou o que deixaram de fazer. Me desculpem por tantas palavras, mas elas mostram o tamanho da minha dor ????????
Vá em paz, meu amor, e olhe por nós aí de cima, te amarei eternamente” ????????????