Antes de morrer, Papa Francisco autorizou beatificação de padre assassinado há 23 anos no Mato Grosso

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Padre Nazareno Lanciotti — Foto: Paróquia Nossa Senhora do Pilar

Antes de falecer esta semana, aos 88 anos, o papa Francisco autorizou a beatificação do padre italiano Nazareno Lanciotti, assassinado em fevereiro de 2001, aos 61 anos, na cidade de Jauru, a 463 km de Cuiabá (MT). A decisão foi divulgada pelo Vaticano na última segunda-feira (14).

Com a autorização do Papa, o Vaticano poderá oficializar o decreto que reconhece o padre como “servo de Deus”, título concedido a religiosos cuja vida foi marcada por virtudes heroicas ou martírio. A Prefeitura de Jauru celebrou o anúncio nas redes sociais, afirmando: “A comunidade jauruense celebra com fé e emoção esse importante passo rumo à sua santidade.”

Vida dedicada à missão em Mato Grosso

Padre Nazareno nasceu em 3 de março de 1940, em Roma, na Itália. Ordenado sacerdote em 1966, veio ao Brasil em 1972, como voluntário da Operação Mato Grosso, movimento que leva missionários a regiões carentes da América do Sul.

Em Jauru, dedicou quase três décadas à população local. Fundou a paróquia Nossa Senhora do Pilar em 1974, e mais tarde, estabeleceu uma casa de repouso para idosos, um seminário, uma escola e um hospital. Em 1987, ingressou no Movimento Sacerdotal Mariano e se tornou seu presidente nacional.

Além do trabalho espiritual, padre Nazareno era reconhecido pela atuação firme em causas sociais. Denunciava abusos de poder, exploração de crianças e adolescentes, esquemas de prostituição e tráfico de drogas na região. Em certa ocasião, chegou a se ajoelhar diante de homens armados para impedir mortes durante uma disputa de terra.

Martírio reconhecido

Na noite de 6 de fevereiro de 2001, padre Nazareno foi assassinado dentro de casa por dois homens armados. Desde sua morte, fiéis iniciaram um movimento pela sua canonização. Em 2007, o Vaticano autorizou a abertura de uma investigação sobre sua vida e o suposto martírio. A documentação foi enviada à Santa Sé em 2017.

Segundo o Movimento Sacerdotal Mariano do Brasil, um dos requisitos para a beatificação foi o reconhecimento de que o padre foi morto por “ódio à fé”.

Com o decreto autorizado por papa Francisco, padre Nazareno Lanciotti dá mais um passo no processo de santificação e se torna exemplo de fé, coragem e dedicação à justiça.

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