A Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar apuram se os seis policiais suspeitos de envolvimento no sumiço do pedreiro Rubson Farias dos Santos, de 28 anos, que sumiu após ser levado por uma equipe da Polícia Militar, em Cáceres (MT), em janeiro deste ano, colocaram areia na viatura para “camuflar” vestígios de sangue no veículo no dia do desaparecimento.
O laudo diz que não foi encontrado sangue na viatura e aponta que a areia encontrada dentro da viatura pode ter sido colocada intencionalmente.
“Assim, concluiu perito que não foram encontrados, pelos testes acima descritos, vestígios de sangue humano no camburão da viatura. Não se descarta a possibilidade de que areia encontrada no camburão possa ter sido depositada ali de forma intencional, como uma tentativa de ocultar evidências”, diz o documento.
O pedreiro está desaparecido há mais de quatro meses em Cáceres, a 220 km de Cuiabá. A família registrou denúncia, em janeiro deste ano, de que Rubson foi espancado por policiais militares e retirado de casa inconsciente.
Em maio, a Justiça de Mato Grosso negou a tentativa da defesa dos policiais investigados no sumiço do pedreiro de interromper a investigação da Polícia Civil sobre o caso.
A defesa dos militares alegou que já há um inquérito policial militar em andamento e que, por isso, a investigação da Polícia Civil seria ilegal. O juiz José Eduardo Mariano, da 3º Vara Criminal de Cáceres, negou o pedido.
O delegado responsável pela investigação, Wilson Sousa, disse que vê poucas chances de encontrá-lo vivo e confirmou que o laudo faz parte da investigação da Polícia Civil e também do Inquérito Policial Militar (IPM) da Corregedoria.
Laudo e relatórios de transmissão de sinal dos celulares dos policiais militares por parte de uma operadora de telecomunicações, ainda não foram recebidos pela Polícia Civil.
O que diz a Corregedoria?
Em nota, a Polícia Militar de Mato Grosso informou que a Corregedoria vai adotar medidas cabíveis.
“A Corregedoria da Polícia Militar esclarece que foi instaurado um Inquérito Policial Militar que está em fase de cumprimento. Tão logo seja concluso, as medidas cabíveis serão adotadas pela Instituição.”, descreve a nota.
Os policiais militares investigados ainda continuam exercendo funções administrativas, afastados das atividades operacionais.