Graças ao site Folha do Sul, uma senhora de 83 anos, moradora do bairro do Méier, no Rio de Janeiro, conseguiu reencontrar um vilhenense que ela tratou como filho, quando o garoto, com 11 anos, foi enviado para estudar no Colégio Militar de Manaus (AM), em 1976.
A história foi relatada ao site pela filha de Maria Bárbara Gama de Oliveira, a médica Maria Cristina, que ligou para o site, após descobrir o paradeiro do ex-gerente do Banco do Brasil, Daniel Horta Pereira, filho de um dos casais mais conhecidos de Vilhena: o sargento Aymoré Horta e a professora Noeme Barros, já falecida, ambos pioneiros em Rondônia.
Ainda criança, Daniel foi enviado para o internato militar, onde passava os finais de semana sozinho, já que não tinha parentes na capital amazonense. Vendo o garoto deslocado, um orientador da escola resolveu apresentá-lo ao casal Ubirajara e Bárbara, recém-chegados do Rio de Janeiro, que residiam na Vila Militar.
O menino foi tão bem tratado por Bárbara que todos os finais de semana ia para a casa dela, onde era recebido como um filho adotivo. Na época, as duas filhas do casal cursavam faculdade no Rio de Janeiro e Daniel aproveitava bem o carinho recebido. O tenente Ubirajara Pereira de Oliveira passou a ser o responsável por Daniel Horta perante o Colégio Militar de Manaus, uma espécie de tutor devidamente autorizado pelo Sargento Aymoré e Dona Noeme.
Na conversa com o site, a médica Maria Cristina conta que o vilhenense não apenas era grato, como retribuía o afeto: ele presenteou Bárbara com um cachorro de cujo nome, a “mãe adotiva”, emocionada, mas absolutamente lúcida, se lembrou ao conversar com o site: Shelby.
O próprio Daniel conta a origem do animal: “O tenente Ubirajara queria muito ter um pastor alemão, e quando ligava para a minha mãe, comentava do desejo dele. Eu queria dar para eles um cachorro e minha mãe conseguiu um filhote, mestiço de pastor alemão, e enviou pela VASP para Manaus. Dona Barbara batizou, então, o cãozinho de Shelby, que lhe fez companhia por dez anos e acompanhou o casal quando os dois retornaram para o Rio de Janeiro”.
A procura de mais de 40 décadas da dona-de-casa carioca chegou ao fim por causa de sua boa memória: no dia 05 de maio, quando Daniel comemorou 55 anos, ela se lembrou da importância da data e colocou a filha médica para investigar o paradeiro do “menino”.
Através de uma reportagem do site, publicada no aniversário de Vilhena, falando da saga da mãe de Horta, a busca se encerrou. Ao ler a história familiar do personagem tão importante para a mãe, Maria Cristina comentou no texto, relembrando os laços de amizade (VEJA AQUI).
Daniel Horta contou que ficou muito feliz com o reencontro com a “Dona Bárbara”, a quem se refere como sua segunda mãe. Os três, Daniel, Bárbara e Cristina tiveram uma longa conversa por meio de vídeo, em um clima de muita familiaridade, risos e lembranças dos bons tempos.
Fonte: Folha do Sul