O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou na tarde deste sábado (10) as imagens das duas caixas-pretas recuperadas do avião que caiu em Vinhedo, interior de São Paulo, na última sexta-feira (9). Após a recuperação dos dispositivos entre os destroços, as caixas-pretas foram enviadas pela Força Aérea Brasileira para análise em Brasília, onde chegaram na manhã deste sábado.
Os gravadores são fundamentais para entender as causas do acidente envolvendo o ATR 72-500, que caiu de uma altitude de 17 mil pés, equivalente a aproximadamente 4.000 metros, em apenas um minuto. As caixas-pretas incluem o Cockpit Voice Recorder (CVR), que registra conversas entre a tripulação e comunicações com o controle de tráfego aéreo, e o Flight Data Recorder (FDR), que armazena dados técnicos como altitude, velocidade e parâmetros de voo. Esses registros serão essenciais para decifrar os eventos que levaram ao desastre.
Próximos passos
A investigação agora avança para a fase de análise dos dados das caixas-pretas. Esta etapa envolverá a avaliação das atividades do voo, o ambiente operacional e fatores humanos, além de um exame detalhado dos componentes e sistemas da aeronave. O Cenipa informou que os trabalhos de extração e degravação dos dados seguirão de forma contínua. A expectativa é que o Relatório Preliminar sobre o acidente seja divulgado em até 30 dias. O acidente resultou na morte de 62 pessoas, incluindo 58 passageiros e quatro tripulantes.
Primeiras hipóteses
As primeiras hipóteses levantadas após o acidente sugerem uma possível falha no sistema de “anti-ice”. Permitindo o acúmulo de gelo nas asas do avião, comprometendo a sustentação, levando a uma queda rápida e abrupta. Para confirmar a causa do desastre, é essencial que os especialistas examinem a gravação da última conversa entre os pilotos e os dados de desempenho do ATR, incluindo as condições climáticas e as razões para a descida abrupta.