Cajati (SP) – A Polícia Civil de São Paulo está investigando a morte de Diana Francine, de 22 anos, que foi eletrocutada enquanto trabalhava em uma fazenda na Estrada da Palmavalle, em Cajati, no interior do estado. O acidente ocorreu na última quarta-feira (7/5). Diana trabalhava na colheita de açaí quando recebeu uma forte descarga elétrica e morreu ainda no local.
De acordo com informações da família e da Secretaria da Segurança Pública, o caso foi registrado como morte suspeita na Delegacia de Cajati. Exames necroscópicos e uma perícia foram solicitados para apurar as circunstâncias do acidente.
Nas redes sociais, familiares lamentaram a morte precoce da jovem e pedem justiça. A madrasta da vítima, Naiara Lima, que também é funcionária da fazenda e estava presente no momento do acidente, afirmou ao portal Metrópoles que Diana não usava Equipamento de Proteção Individual (EPI) no dia. Segundo Naiara, essa era uma prática comum na fazenda. “Estou lá há dois anos e nunca vi nenhuma palestra sobre segurança. Fizeram uma só no dia do velório dela”, lamentou.
Como foi o acidente
Diana, Naiara e uma terceira funcionária colhiam açaí em uma área próxima à rede elétrica, que, segundo relatos, fica muito próxima das árvores. “Eu subi no pé com a escada e disse a ela que tinha açaí. Ela respondeu ‘tá bom’. Minutos depois, ouvi o barulho de uma descarga elétrica. Quando olhei, ela estava caída no chão”, contou Naiara.
Desesperada, a madrasta correu até a sede da fazenda para pedir ajuda. Diana foi colocada na caminhonete do patrão e levada ao encontro de uma ambulância. Naiara ainda tentou reanimá-la com massagem cardíaca e respiração boca a boca, mas sem sucesso. “O grau da descarga foi tão alto que ela morreu na hora”, disse.
Imagens publicadas por uma tia da vítima, Nathy Fenix Aurélio, mostram Diana trabalhando sem nenhum equipamento de proteção, o que reforça a denúncia de negligência por parte da empresa.
A fazenda onde o acidente aconteceu pertence à Palmavalle AgroIndustrial LTDA, que atua na produção de conservas de palmito e açaí. Procurada pelo Metrópoles, a empresa não respondeu até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para manifestação.
Investigação em andamento
A Polícia Civil segue apurando o caso para determinar responsabilidades e avaliar se houve negligência por parte da empresa quanto à segurança dos trabalhadores. A família da jovem pede que o caso não seja tratado como apenas mais um acidente de trabalho.
“Ela saiu de casa para trabalhar e não voltou mais. Queremos respostas e justiça”, disse uma das familiares em publicação nas redes sociais.