Familiares descrevem sonhos de jovem morta em supermercado: ‘Queria ser farmacêutica’

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Rayssa Batista Santos, de 18 anos. Foto: Reprodução/Folha do Litoral

A dor da saudade é o que predomina na vida dos familiares de Rayssa Batista Santos, jovem de 18 anos morta após o teto de um supermercado em Pontal do Paraná, litoral do estado, desabar na última sexta-feira (22). Em uma franca entrevista à Folha do Litoral News, avó e tia descreveram os sonhos da menina, que teve sua vida interrompida em uma tragédia: ‘Queria ser farmacêutica’.

Devanedi Cardoso da Silva, avó de Rayssa, relembrou na entrevista um episódio em que foi com a neta até a cidade de Paranaguá (PR) para ver o curso de farmacêutica.

Ela ficou alegre, pulando. Farmacêutica! Era o sonho dela.Devanedi Cardoso da Silva, avó de Rayssa.

De acordo com a família, Rayssa buscou o emprego no supermercado para poder custear os estudos. A avó contou que a ajudou em uma “espécie de ponte” para conseguir a vaga no setor de panificação.

A moça me perguntou: ‘cadê sua filha?’. Eu respondi: ‘ela está em casa’. Comentei que a minha neta procura emprego desde os 15 anos, preenchendo e botando currículos (nos lugares), mas… nada. Então, ela (mulher) me explicou que a vaga estava sendo aberta no supermercado e me passaria todos os detalhes para repassar à Rayssa. Quando cheguei em casa, ela me disse ‘que iria agora’. Só pontuei: ‘Vai com Deus’.Devanedi Cardoso da Silva, avó de Rayssa.

A avó relembrou que, ao voltar para a casa, reencontrou a neta com um sorriso de ‘orelha a orelha’. Rayssa já havia conseguido telefones de membros do supermercado para efetivar sua contratação e tinha dito que, na mesma semana, iria trabalhar.

Reclamações sobre a estrutura do supermercado aconteceram no dia da inauguração; família fala em ganância

A inauguração do supermercado ocorreu na quinta-feira (21). A abertura ao público foi na manhã de sexta (22), mesmo dia do acidente. A avó pontuou que esteve no mercado para vistar Rayssa durante o trabalho. Nesse momento, Devanedi relembrou que já notou água caindo do teto.

Eu estava na fila junto com uma senhora. A água despencou na gente. Eu falei: ‘Meu Deus. O mercado está inaugurando e está caindo água desse jeito?’. A moça se assustou também: ‘Acabou de fazer? Isso vai despencar’.Devanedi Cardoso da Silva, avó de Rayssa.

Após a tragédia, os tios de Rayssa foram as primeiras pessoas a chegarem ao supermercado em Pontal do Paraná. Rosangela Alves da Silva Freitas destacou, ao Folha do Litoral News, a felicidade que a menina viveu nos momentos pré-fatalidade.

Quando a gente soube, só pegamos o carro e fomos. Lá, nos disseram que não poderíamos entrar. Pensei que ela estivesse no meio da multidão, mas não. A gente ficou procurando, sem conseguir entrar. Uma senhora me disse que havia um corpo, e eu me desesperei. Acho que foi Deus, uma vez que um guarda chegou e disse que ela estava mesmo morta.Rosangela Alves da Silva Freitas, tia de Rayssa.

Foto: Corpo de Bombeiros

A família pede por justiça.

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