A população está com a longevidade cada vez maior em decorrência dos avanços na tecnologia e na ciência, que vêm ajudando a prolongar o tempo de vida em todo o mundo. No Brasil, segundo o IBGE, a estimativa média de vida cresceu para 80 anos, no caso de mulheres, e para 76, para os homens. O alargamento da faixa etária exige olhares mais atenciosos à saúde na velhice.
É exatamente na terceira idade que diversas mudanças impactantes acontecem. Os filhos se casam e saem de casa, a trajetória profissional acaba, surgem diferentes problemas de saúde e a sensação de que perderam suas funções e não são mais úteis pode ser um gatilho para a ansiedade e a depressão, podendo atrapalhar os planos para essa fase da vida, que deveria ser mais livre e tranquila.
O isolamento social, necessário em época de pandemia causada pelo novo coronavírus, porém comum entre diversos idosos, que acabam por diminuir suas rotinas de convívio com familiares e amigos, é um dos fatores que podem agravar doenças mentais.
Como reconhecer os sintomas
Nos idosos, os sinais da depressão geralmente se apresentam de forma diferente do que nos mais jovens. Características como tristeza, muito presente em quadros depressivos em outras idades, muitas vezes não são relatadas na velhice. Em contrapartida, as queixas de frequentes dores no corpo, problemas de memória, falta de apetite e dificuldade para dormir são sinais comuns da doença.
Na fase idosa, a personalidade presente durante toda a vida se intensifica, ou seja, adultos gentis têm a tendência de se tornarem ainda mais gentis quando se tornam idosos; da mesma maneira, os adultos mal-humorados tendem a ter o humor piorado com a idade. São justamente essas características que determinam de qual maneira essa fase da vida será encarada, assim, pessoas pessimistas e com baixa autoestima estão mais predispostas à depressão.
Um cuidado importante que deve ser tomado pelos familiares que cercam o idoso é não banalizar tais mudanças com a justificativa de ser “coisa da idade”. Toda alteração no comportamento pode ser decorrente de alguma enfermidade que merece atenção e deve ser levada ao médico, caso pareça suspeita.
Prevenção
Manter na rotina atividades que estimulem o cérebro e incentivem o convívio social traz grandes benefícios à saúde mental do idoso, como praticar exercícios físicos em grupo, frequentar centros de convivência para a terceira idade e ter contato com animais domésticos. A companhia, mesmo que esporádica de filhos e netos, também contribui para que os laços afetivos sejam mantidos, assim como o acompanhamento de alguém para ajudar nos trabalhos domésticos e, no caso de idosos com maiores dificuldades motoras, um cuidador com curso de enfermagem também são grandes apoios para que o idoso consiga se manter e se sentir bem no ambiente onde vive.
Via Link Builder – Por Alice Bachiega